Nesta terça-feira (6), a modelo espanhola Joana Sanz, esposa do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, compareceu ao Tribunal de Barcelona para testemunhar no segundo dia do julgamento em que o atleta é acusado de estupro em uma boate da cidade espanhola. Além da esposa ser ouvida, outras 21 testemunhas foram chamadas para prestar depoimento no tribunal. Entre elas, encontra-se Bruno Brasil, identificado como amigo de Alves presente no momento do incidente. Brasil, ao falar ao júri, negou ter testemunhado sinais de angústia por parte da suposta vítima após o suposto estupro.
O julgamento, que durará três dias, pretende ouvir um total de 28 testemunhas, incluindo Daniel Alves, que alega ser inocente, e a própria vítima, que prestou seu depoimento em sessão privada na segunda-feira. A identidade da vítima tem sido protegida pela justiça desde o início do caso. O processo judicial ocorre há mais de um ano após a acusação da jovem espanhola contra Alves. O ex-jogador, que está em prisão preventiva há mais de 380 dias, fez sua primeira aparição pública desde a detenção na segunda-feira, quando compareceu à Audiência de Barcelona. Sua advogada solicitou e obteve a transferência de seu depoimento para a última sessão do julgamento, na quarta-feira.
Além da acusação de estupro, duas outras mulheres alegaram terem sido apalpadas por Daniel Alves na mesma noite do incidente. As três dançaram com Alves e seus amigos na área VIP da boate, conforme relatos do jornalista espanhol Jesús González Albalat, que teve acesso a imagens da noite do ocorrido.
Detalhes do julgamento
No desenrolar do julgamento de Daniel Alves por acusações de estupro, a vítima prestou seu depoimento detalhado, descrevendo os eventos danoite na boate Sutton. Segundo seu relato, ela estava na área VIP acompanhada por uma amiga e uma prima, onde já havia interagido com o jogador e seus amigos. Afirma que Alves a levou para um segundo espaço, acreditando ser outra área VIP, mas ao entrar, percebeu tratar-se de um pequeno banheiro, cenário onde teria ocorrido o estupro.
No início do julgamento, a advogada de Alves, Inés Guardiola, alegou que o jogador enfrenta um "tribunal paralelo" formado pela opinião pública, solicitando a anulação do julgamento devido a supostas irregularidades. Guardiola pediu nova avaliação pericial da vítima e a retomada do julgamento somente após essa revisão, demanda que foi negada pela juíza, embora contestada pela Promotoria.
Em uma tentativa de último minuto, a defesa de Alves buscou um acordo com os advogados da mulher antes do julgamento, visando a retirada das acusações e o cancelamento do processo. No entanto, fontes ligadas às partes indicam que a divulgação de imagens da vítima pela mãe de Alves esfriou as negociações, culminando na ausência de acordo no tribunal.
Daniel Alves chegou para prestar depoimento escoltado pela polícia (Foto: reprodução/EUROPA PRESS/D.Zorrakino. POOL/Getty Images/Metrópoles)
Solo sí es sí
Daniel Alves está sendo julgado pela lei espanhola Solo sí es sí, isto é, só o sim é sim, que diz respeito ao consentimento claro no momento das relações sexuais. Descumprir o que determina a legislação se enquadra como crime e pode, como no caso do jogador, levar a uma pena de nove anos de prisão.
Foto destaque: A modelo e esposa do atleta, Joana Sanz (Reprodução/Getty Images/Revista Quem)
