Um grupo de peritos das Nações Unidas divulgou, na manhã desta quinta-feira (19), um duro comunicado após pagers e walkie-talkies explodirem esta semana em Beirute, no Líbano. Os especialistas afirmam que os ataques “violam o direito humano à vida”, chamando-os de “delitos apavorantes”, segundo os preceitos do direito internacional.
O que mais disseram
“Esses ataques violam o direito humano à vida, na ausência de qualquer indicação de que as vítimas representavam uma ameaça letal iminente a qualquer outra pessoa na época”, disse o porta-voz do grupo em um comunicado à CNN internacional, acrescentando expressarem sua solidariedade às vítimas.
Em um subúrbio, ao sul de Beirute, amostra dos restos de pagers explodidos. (foto:reprodução/by AFP/Getty Images Embed)
Segundo os peritos da ONU, esses ataques clamam por uma investigação sumária e independente, que estabeleçam a verdade e permitam a responsabilização do que eles consideram um crime.
Afirmaram ainda que o Direito Internacional Humanitário pode ter sido ludibriado, diante da impossibilidade de saber quem estava com a posse dos dispositivos na hora em que foram detonados. Pois será quase impossível verificar cada alvo separadamente e realizar a distinção entre civis e combatentes, uma vez que os ataques foram simultâneos.
Alguém será responsabilizado
Uma apuração da CNN indica que Israel tem ligação com o ataque que fez com que milhares de pagers pertencentes aos integrantes do Hezbollah explodissem quase ao mesmo tempo, no Líbano. O governo israelense absteve-se de comentar as explosões, que, coincidentemente, começaram horas depois do Estado judeu ter anunciado a extensão dos objetivos da guerra contra o Hamas, indo até a fronteira com o Líbano.
Segundo dados chegados à imprensa, pelo Ministério da Saúde do Líbano, ao menos 37 pessoas já morreram após os ataques iniciados na terça-feira (17) e repetidos na quarta-feira (18), onde milhares foram feridas, sem que haja distinção entre civis e combatentes. Não houve, por parte do Hezbollah confirmação oficial do número de combatentes mortos nas explosões dos dispositivos.
Foto destaque: Ambulância leva feridos para o Centro Médico de Beirute, depois que explosões atingiram redutos do Hezbollah (reprodução/Anwar Amro/Getty Images Embed)