Rita Lee não somente escreveu sua própria biografia, como escreveu duas delas. E ela sabia que o tom era de despedida, pois quando terminou de escrever “Outra Autobiografia”, afirmou que este seria seu “último ato” segundo lembrou seu amigo e editor, Guilherme Samora.
No último domingo, o a "Fantástico" exibiu uma entrevista com Guilherme, que demonstrou que o braço direito da rainha do rock na literatura, é também um grande fã. Suas palavras, sobre lidar com a perda de Rita, que faleceu no último dia 8, de câncer de pulmão, representa o que muitos fãs sentem.
“Eu sou muito... eu nasci fã da Rita. Não me pergunte como, claro, minha mãe e meu pai escutavam Rita, mas era muito fã de Ney, de Queen. Me apaixonei pelo 79, aquele que tem “Mania de você”, me apaixonei com tipo um ano. “Maria Mole”, a música que me pegou.
Aí foi pra sempre. Shows, contatos. Está muito difícil esse momento, porque de algum modo nunca existiu um mundo sem Rita, entendeu? A Rita sempre estava no meu mundo. A presença física, poder falar com ela, ouvir as genialidades dela. No meu mundo sempre teve a Rita”, disse Guilherme.
Guilherme também enfatizou o caráter completamente autoral de "Rita Lee: Uma autobiografia", lançado em 2016 e "Rita Lee: Outra autobiografia", que será publicada dia 22 de Maio deste ano.
“A Rita é muito genial, ela nunca precisou de um ghostwriter, de alguém que escrevesse para ela. A primeira autobiografia, ela escreveu tudo. Ela mandava para mim e falava: ‘Mexe no que você precisar editar’. Não precisa editar, Rita! O livro veio pronto'. Relembrou Guilherme.
Nova biografia
Na sinopse de Rita Lee: Outra autobiografia, a cantora destacou que após escrever sua primeira autobiografia, acreditava que não teria mais nada de relevante para contar ao público. Até que observou, sob tom irônico, os últimos acontecimentos do mundo e de sua vida. O mundo pandêmico e um câncer foram alguns dos principais materiais emocionais sobre a qual Rita parece ter se debruçado antes de falecer.
“Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica." diz a sinopse de Rita Lee - Outra autobiografia.
Guilher me Samora confirmou a qualidade emocional e profunda que estará presente nas mãos do público a partir de 22 de Maio. Ele afirmou que Rita compartilhou reflexões sobre sua fraquezas, medos, ansiedades.
“Uma humanidade ali desses últimos três anos que ela não pensou dela, ela pensou no público dela. Para saber o que aconteceu, entendeu? Porque ela vira e fala: ‘Ok, eu tenho essa doença. Ela passa ali, passo a passo do tratamento, dos diagnósticos, o que se passava na cabeça dela. É de uma generosidade”.
“Ela foi generosa, ela falou do momento mais humano, mais difícil da vida dela. E deixou tudo escrito. Eu quero depois que as pessoas leiam e vejam. Claro que tem coisas ali muito difíceis, claro que é impactante, mas a gente sai com um misto de uma leveza. É tão iluminado esse livro. Ela não poupou nada. Ela deixou um roteiro que parece inteiro de um filme", diz Guilherme.
Foto destaque: Capa do livro Rita Lee - Outra autobiografia - Reprodução/Instagram