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Eleições nos EUA: próximas etapas na seleção de candidatos democratas

Após desistência de Biden, especulações sobre substituto aumentam; Kamala Harris é endossada como candidata

23 Jul 2024 - 08h56 | Atualizado em 23 Jul 2024 - 08h56
Eleições nos EUA: próximas etapas na seleção de candidatos democratas Lorena Bueri

Após Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, anunciar no domingo (21) que abandonaria a campanha de reeleição, aumentaram as especulações sobre quem será o candidato do Partido Democrata para enfrentar Donald Trump.

Substituto de Biden definido

Biden, que continuará a cumprir seu atual mandato, apoiou a vice-presidente Kamala Harris como sua substituta nas eleições marcadas para 5 de novembro. O que pesa a favor de Kamala Harris como candidata democrata

A campanha de Donald Trump tem focado na idade avançada de Joe Biden, que hoje tem 81 anos. Biden, o presidente mais velho a assumir o cargo em 2021, aos 78, foi considerado "apto para exercer suas funções" no início de 2024 por um médico da Casa Branca. No entanto, as críticas dos opositores e as preocupações dos aliados continuam.

Recentemente, sinais de envelhecimento se tornaram mais evidentes, como a voz mais fraca, lapsos de memória e dificuldade de locomoção, atribuída parcialmente à artrite. A campanha republicana tem explorado a imagem de Biden como "frágil", contrastando-a com a de Trump, que é retratado como uma opção mais vigorosa.

Com a nomeação de Kamala Harris como substituta, o foco na idade pode perder força. Aos 59 anos, ela é significativamente mais jovem que Trump, que teria 82 anos ao final de um segundo mandato. Harris é descrita como enérgica e em forma, e sua candidatura pode alterar a dinâmica da campanha.

Apesar de sua baixa aprovação como vice-presidente, Harris tem um histórico distinto como promotora de justiça, o que pode fortalecer sua imagem. Ela iniciou sua carreira na promotoria do condado de Alameda e se destacou como promotora-chefe de San Francisco antes de se tornar procuradora-geral da Califórnia e, posteriormente, senadora.

Pesquisas de opinião sugerem que Kamala Harris poderia superar Joe Biden em alguns grupos de eleitores. Uma pesquisa da CNN de julho revelou que a vice-presidente tem um desempenho superior entre eleitores independentes e mulheres. Ela é apoiada por 50% das eleitoras contra Trump, enquanto Biden tem o apoio de 44%. Entre os independentes, Harris tem 43% de apoio, comparado a 34% para Biden.

Harris também se destaca em pesquisas com eleitores negros, latinos e jovens, que são considerados essenciais para a eleição. Uma pesquisa recente da CBS News e YouGov mostra uma ligeira vantagem para Harris sobre Biden em uma disputa contra Trump. Enquanto Trump lidera Harris por três pontos (51% a 48%), ele supera Biden por cinco pontos (52% a 47%), considerando a margem de erro de 2,7 pontos.

Especialistas, no entanto, questionam a validade dessas pesquisas, observando que a saída de Biden pode alterar o cenário eleitoral. Alguns acreditam que os eleitores podem começar a considerar outros candidatos além de Harris.

Um pesquisador próximo à campanha de Biden acredita que Harris pode ter um potencial maior para ampliar a base do partido, mas duvida do impacto real. Ele afirma que as pesquisas atuais "não significam nada" e que a eficácia de Harris em mobilizar eleitores negros jovens ainda é incerta. "É um momento para esperar e ver", conclui o pesquisador.



Vice presidente do EUA e atual candidata a presidência (Foto: reprodução/Instagram/@kamalaharris)


O que pesa contra

Embora a campanha de Trump não possa mais usar o argumento da "força versus fragilidade" baseado na idade de Biden, os republicanos podem concentrar suas críticas em outros aspectos do histórico político de Kamala Harris.

Analistas acreditam que Trump e seus aliados poderão associar Harris às falhas do governo atual. Independentemente do candidato, os republicanos provavelmente continuarão a responsabilizar os democratas por ignorar as deficiências associadas à idade de Biden e por supostamente colocar o país em risco.

Além disso, Harris não teve sucesso em sua própria tentativa de se candidatar à presidência, perdendo a nomeação democrata para Biden em 2020.

Embora Harris não seja considerada uma figura progressista radical dentro do partido, ataques republicanos anteriores indicam que ela pode ser retratada como tal pelos adversários.

Nova Indicação

Dada a falta de precedentes, ainda não está claro como será o processo para escolher um novo candidato tão próximo da eleição. Joe Biden já havia obtido 3.896 delegados, um número que supera amplamente o mínimo necessário para garantir a indicação do partido. Embora o respaldo de Biden torne Kamala Harris a candidata mais provável para a nomeação, os delegados ainda não estão formalmente comprometidos com nenhum candidato.

No fim das contas, será decisão dos delegados escolher quem considerarem mais adequado. A Convenção Nacional Democrata começará em 19 de agosto. Caso o partido não consiga unificar apoio para um novo candidato, poderá ocorrer uma convenção aberta, algo que não acontece desde 1968.

Isso significaria que os delegados teriam a responsabilidade de decidir em quem votar. Para que um candidato apareça na cédula de votação, ele precisa obter pelo menos 300 assinaturas de delegados, com no máximo 50 assinaturas provenientes de um único Estado.

A votação inicial ocorre entre os 3.900 delegados, que incluem eleitores leais ao Partido Democrata. Se nenhum candidato obtiver a maioria dos votos na primeira rodada, novas votações ocorrerão. Isso incluirá a participação dos superdelegados — líderes partidários e funcionários públicos eleitos — até que um candidato seja escolhido.

Para garantir a indicação do partido, um candidato deve obter pelo menos 1.976 votos de delegados.


Kamala Harris durante um comício político (Foto: reprodução/Instagram/@kamalaharris)


Como Kamala Harris se posiciona na disputa

Com 59 anos, a vice-presidente Kamala Harris é a principal candidata para substituir Biden como líder da chapa. Após o anúncio da desistência de Biden no domingo (21), Harris expressou seu objetivo de "conquistar a indicação" e enfrentar Trump nas eleições de novembro.

Kamala Harris, aos 59 anos, é atualmente a principal candidata para substituir Biden na chapa presidencial. Após a retirada de Biden no domingo (21), Harris anunciou seu objetivo de conquistar a indicação e vencer Trump nas eleições de novembro.

Ela conta com o respaldo explícito de Biden, que manifestou apoio em sua declaração de desistência. Além disso, Bill Clinton, ex-presidente dos EUA, e Hillary Clinton, que disputou contra Trump em 2016, expressaram apoio público à sua candidatura, prometendo fazer tudo o que estiver ao seu alcance para apoiá-la.

No domingo, Harris também recebeu o apoio de pelo menos 35 representantes e 14 senadores democratas, incluindo Adam Schiff, Jim Clyburn, Ted Lieu, Ilhan Omar, Jamie Raskin, Robert Garcia e Val Hoyle. A Associação de Comitês Democráticos Estaduais (ASDC) revelou que a maioria dos 57 líderes estaduais do Partido Democrata também está a favor de endossar Harris para substituir Biden.

No domingo, logo após Biden anunciar sua desistência, Whitmer se comprometeu a trabalhar arduamente para "eleger democratas e impedir Donald Trump".

Outros potenciais candidatos incluem o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o governador de Illinois, JB Pritzker. Esses nomes poderiam ser considerados para a vice-presidência caso Kamala Harris conquiste a indicação.

Além deles, o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, também são mencionados como possíveis candidatos. No entanto, ambos têm demonstrado apoio público à candidatura de Kamala Harris, o que os torna menos prováveis para a disputa.

Como serão tratadas as doações da campanha de Biden

Kamala Harris se destaca devido à sua sólida arrecadação de recursos para a campanha. Com um montante significativo de US$ 96 milhões disponíveis (equivalente a R$ 538 milhões), ela tem a capacidade de continuar a campanha sem interrupções.

Se um novo candidato for escolhido, a situação financeira poderá se tornar complexa, já que o dinheiro das doações precisaria ser reembolsado aos contribuintes, embora existam alternativas caras e complicadas.

Uma possível solução seria transferir esses recursos para o Comitê Nacional Democrata, semelhante ao que Michael Bloomberg fez em 2020 ao apoiar Joe Biden financeiramente.

Outra alternativa seria escolher um candidato bilionário, como o governador JB Pritzker, que poderia autofinanciar sua campanha e competir em pé de igualdade com os recursos do rival republicano.

Além disso, o comportamento dos pequenos doadores desempenhará um papel crucial durante este período incerto.

Embora a entrada de um novo candidato possa despertar entusiasmo e atrair novas doações, há o risco de que a arrecadação possa diminuir se esse candidato não se mostrar tão competitivo quanto Biden.

Foto destaque: Kamala Harris durante um comício político (Reprodução/Instagram/@kamalaharris) 


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