Oficiais militares dos Estados Unidos pediram nesta quinta-feira (02), para que a Rússia e China se manifestem contrários ao uso de Inteligência Artificial para decisões sobre o uso ou não de armamentos nucleares. A declaração de Paul Dean, responsável pelo controle de armas nucleares do Departamento de Estado dos EUA, pede que apenas humanos tenham total controle sobre armamento nuclear, ressaltando que Reino Unido e França já se manifestaram nesse sentido.
Pedido de declaração formal
Paul Dean quer que China e Rússia, países que detém armas nucleares, fizessem uma declaração para que apenas humanos controlassem o uso desse tipo de armamento.
Segundo Dean, a formalização de Rússia e China a essa norma é extremamente importante e mostrará comportamento responsável por parte desses países, principalmente das nações que fazem parte do P5, que é o Conselho de Segurança da ONU, no qual fazem parte China, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e França.
Esse pedido para acordo entre as nações é feito em um momento em que armas autônomas vem sendo utilizadas nos principais conflitos entre nações, entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas. Algoritmos, veículos aéreos não-tripulados, os drones, estão sendo utilizados e tem a capacidade de decisão para atingir ou não um alvo.
Antony Blinken e Wang Yi se reuniram em abril para conversas militares (Foto: reprodução/Getty Images Embed/MARK SCHIEFELBEIN/POOL/AFP)
China e Estados Unidos
O presidente dos EUA, Joe Biden, tem feito esforços para conversar com a China sobre armas nucleares e segurança de forma bilateral, fora do P5. Apesar de todo esforço estadunidense, a China não respondeu ainda ao pedido feito.
Em abril o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken se reuniu com o ministro das relações exteriores da China, Wang YI em Pequim para discutir o tema Inteligência Artificial e armas nucleares.
Nesta conversa houve um acordo em que o assunto iria ser discutido de forma bilateral, longe das reuniões do P5 e que os dois lados emitiriam opiniões e estudos sobre a melhor forma de administrar a segurança sobre o uso da IA.
A China tem planos de aumentar suas capacidades de armamento nuclear e declarou em fevereiro que só entraria em um acordo com as nações ocidentais, após elas decidissem entre si um tratado especial de não utilização da IA para fins nucleares.
Foto Destaque: EUA querem que Rússia e China se declarem contra uso de IA para utilizar armas nucleares (Reprodução/Getty Images Embed/AHMAD AL-RUBAYE /AFP)
