Os Estados Unidos realizaram uma operação militar neste último sábado (30) em Cabul, capital do Afeganistão, que matou o líder e chefe da Al-Qaeda, Ayman Zawahiri, sucessor de Osama Bin Laden. Ele foi um dos fundadores do grupo terrorista que foi responsável pelos ataques terrorista de 11 de setembro, nos EUA.
Ayman Zawahiri era médico pessoal de Osama Bin Laden e foi seu sucessor logo após a morte do mesmo, em 2011. A operação militar que matou Zawahiri foi feita com ajudas de drones, e segundo as autoridades americanas, nenhum civil ficou ferido na operação, comandada pela Agência Central de Inteligência (CIA).
Atentado nas Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001. (Foto/Reprodução/UOL)
Ele era considerado o cérebro por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001, feitos nos Estados Unidos, que deixou quase 3.000 pessoas mortas em Nova York. O Departamento de Estado dos EUA oferecia US$ 25 milhões, cerca de R$129 milhões para quem desse a localização do terrorista.
O anuncio foi feito após quase um ano da saída das tropas americanas do Afeganistão, que permitiu que o grupo do Talibã reassumisse o país após 20 anos. Em meados de julho, os EUA anunciaram a morte do líder do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, Maher al Agal, também durante um ataque com drones, uma operação que "enfraqueceu consideravelmente a capacidade" da organização "para preparar, financiar e realizar operações na região", segundo um porta-voz militar americano.
Ontem (01), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou atráves de um discurso na Casa Branca que a operação foi bem sucedida, que a operação foi feita cuidadosamente e que a "Justiça foi feita". Ele confirmou a morte de Zawahiri e homenageou os mortos no atentado do dia 11 de setembro.
Ayman Zawahiri foi morto por mísel lançado por drone enquanto estava na varanda de sua mansão. Outros membros estavam juntos de Zawahiri, mas somente ele foi morto na operação.
Quem foi Ayman Zawahiri
Zawahiri vem de uma família egípcia. Seu avô, Rabia’a al-Zawahiri, era um Imã, uma espécie de sacerdote, da Universidade al-Azhar, no Cairo. Seu tio-avô, Abdel Rahman Azzam, foi o primeiro secretário da Liga Árabe (organização de estados árabes).
Ele era médico de Osama Bin Laden, e foi um dos principais responsáveis pelos ataques terroristas no EUA. “Aqueles 19 irmãos que saíram e entregaram suas almas a Alá Todo-Poderoso, Deus Todo-Poderoso lhes concedeu esta vitória que estamos desfrutando agora”, disse al-Zawahiri em uma mensagem gravada em vídeo divulgada em abril de 2002.
Ele se auto firmou como militante muçulmano quando estava na prisão. Ele foi detido pelo seu envolvimento direto no assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat, em 1981. “Queremos falar com o mundo inteiro. Quem somos? Quem somos?”, disse ele em uma entrevista na prisão.
Naquela época, Zawahiri era um jovem médico, já era um terrorista comprometido que fez de tudo para derrubar o governo egípcio por anos e procurou substituí-lo pelo regime islâmico fundamentalista. Ele orgulhosamente participou do assassinato de Sadat depois que o líder egípcio fez as pazes com Israel.
Após três anos de prisão, Ayman Zawahiri foi para o Paquistão e ajudou tratando de combatentes feridos que lutaram contra a ocupação soviética do Afeganistão. Assim ele conheceu Osama Bin Laden, onde foi um de seus grandes aliados.
“Estamos trabalhando com o irmão Bin Laden. Nós o conhecemos há mais de 10 anos. Lutamos com ele aqui no Afeganistão”, disse ele ao anunciar a fusão de seu grupo terrorista, a Jihad Islâmica Egípcia, com a Al Qaeda em maio de 1998. Os dois líderes terroristas assinaram uma declaração: “O julgamento de matar e lutar contra americanos e seus aliados, sejam eles civis ou militares, é uma obrigação para todo muçulmano”.
Zawahiri era suspeito de de ter planejado o ataque ao navio norte-americano USS Cole, em 2000. Um ataque suícida que matou 17 marinheiros que estavam atracados em uma embarcação no Iêmen. Dois anos antes, Ayman Zawahiri foi acusado pelos EUA por ter participado de ataques com bombas nas embaixadas do país no Quênia e na Tanzânia, deixando 224 mortos.
"Nesta noite, deixamos claro mais uma vez que, não importa quanto tempo leve, não importa onde se esconda, se você for uma ameaça para o nosso povo, os EUA irão te encontrar e te matar", disse Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
Zabihullah Mujahid, porta-voz do talibã, confirmou que houve um ataque no sábado e fez duras críticas à operação, que classificou como uma violação aos "princípios internacionais".
Foto Destaque : Ayman Zawahiri e Osama Bin Laden. Reprodução/CNN