Após o a morte do ativista e opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, o governo dos Estados Unidos deverá anunciar, nesta sexta-feira (23), uma série de sanções contra a Rússia, afirma o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do país norte-americano, John Kirby.
De acordo com Kirby, estas restrições devem responsabilizar a Rússia “pelo que aconteceu com o senhor Navalny" e pelas ações do país durante a guerra na Ucrânia, que completa dois anos no sábado (24).
Nesta segunda-feira (20), depois de responsabilizar Putin pela morte do ativista, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia afirmado que o país estava “considerando sanções adicionais” a Rússia.
Além do pacote de restrições, o porta-voz também reforçou ao congresso - como uma das ações contra Vladimir Putin – a necessidade de “aprovar novamente o pacote suplementar bipartidária de segurança nacional e apoiar a Ucrânia enquanto eles continuam lutando bravamente e defendendo seu país”.
Morte de Alexei Navalny
Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin na última década. (Foto: Reprodução/REUTERS/Tatyana Makeyeva).
Na última sexta-feira (16), o principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, de 47 anos, morreu em uma prisão no Círculo Polar Ártico. O ativista cumpria uma pena de 19 anos, que era vista pela comunidade internacional como sendo por motivação política.
De acordo com o serviço penitenciário do distrito de Yamalo-Nenets – onde Navalny fora transferido no ano anterior -, o homem teria se sentido mal após uma caminhada e perdido a consciência “quase imediatamente".
Para a família e a equipe de Alexei Navalny, o ativista, responsável por denunciar a corrupção do governo atual, foi assassinado a mando de Vladimir Putin. Aliados também acusam o líder do Kremlin de esconder o corpo de Navalny em uma tentativa de ocultar o crime.
"Vladimir Putin matou meu marido, Alexei Navalny. Putin matou o pai dos meus filhos. (...) Com ele, ele queria matar nosso espírito, nossa liberdade, nosso futuro", declarou a viúva de Alexei Navalny nesta segunda-feira (19).
Resposta do Kremlin e reação internacional
Para o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, as acusações dos familiares de Navalny são “completamente infundadas”.
A comunidade internacional, no entanto, também tem responsabilizado o líder russo pela morte do ativista. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou que “a sua morte em uma prisão russa e a obsessão e o medo de apenas um homem realçam a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu".
Blinken também afirmou que os EUA estariam discutindo a situação com outros países. Em resposta ao movimento internacional, o Kremlin declarou que não irá aceitar quaisquer exigências do Ocidente sobre a morte de Alexei Navalny.
Foto destaque: o presidente norte-americano, Joe Biden, durante discurso à imprensa na Casa Branca. (Reprodução/Reuters/Leah Millis).