O ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que qualquer incursão na região da Crimeia será interpretada como ataque e uma declaração de guerra contra a Rússia. Nessa fala, que aconteceu na última segunda-feira, dia 27, ele disse que isso pode levar à "Terceira Guerra Mundial".
"Para nós, a Crimeia é parte da Rússia. E isso significa para sempre. Qualquer tentativa de invadir a Crimeia é uma declaração de guerra contra nosso país", falou Medvedev ao portal de notícias russo Argumenty i Fakty.
E ele completou dizendo que se isso fosse feito por algum Estado-membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) significa que a Rússia entraria em conflito com toda a aliança, resultando em uma nova Guerra Mundial e em “uma catástrofe completa”.
Nessa mesma fala ele também comentou que se a Finlândia e a Suécia se juntassem a OTAN, o Kremlin fortaleceria suas fronteiras com esses dois países e estaria pronto para “medidas de retaliação”, isso poderia incluir a instalação dos mísseis Iskander, armas hipersônicas, "em seu limite".
Blindados russos desembarcando na Crimeia em 18 de outubro de 2021 (Foto: Reprodução/Sergei Malgavko/Getty Images)
Medvedev trabalha, atualmente, como vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, um órgão ligado à defesa do país que auxilia o presidente Vladimir Putin nas decisões sobre o assunto.
A região da Crimeia é uma península localizada no leste europeu, ligada ao continente somente pelo Istmo de Perekop. O lugar fazia parte da Ucrânia desde a divisão da União Soviética, em 1991, porém passou a pertencer à Rússia em 2014 após um referendo feito no lugar.
Esse lugar foi conquistado pelos russos após a onda de protestos pela qual a Ucrânia passou em 2014 e desde então gera tensão no Leste europeu. Logo no começo da invasão russa ao território ucraniano, o exército de Vladimir Putin conquistou territórios de modo a ligar a Crimeia com a Rússia por terra, para facilitar o envio de tropas para lá e afirmar sua dominância na região.
Foto Destaque: Medvedev e Putin em uma reunião presidencial no dia 15 de janeiro de 2022. Reprodução/Reuters