Após mais uma polêmica envolvendo a família Bolsonaro (PL-SP), depois que o deputado Eduardo Bolsonaro disse ter pena da cobra que atacou a jornalista Miriam Leitão durante a ditadura, foi a vez da ex-presidente Dilma Rousseff falar sobre o caso.
A ex-governanta comentou em suas redes sociais sua indignação diante da fala do filho do presidente Jair Bolsonaro, já que também sofreu com sessões de tortura durante ditadura. Em sua publicação, ao que chamou de “desprezível ataque”, ela falou sobre sua visão diante da situação. Veja:
Os Bolsonaro têm compromisso com a tortura. O pai é autor de um voto abjeto ao apoiar o golpe que me destituiu. Também desrespeitou o pai do ex-presidente da OAB, Fernando Santa Cruz, morto pela ditadura. Agora, o filho segue a tradição, num desprezível ataque a Miriam Leitão
— Dilma Rousseff (@dilmabr) April 5, 2022
Dilma ainda lembrou da época que sofreu seu impeachment, em que o presidente Bolsonaro fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra durante uma das sessões que movia o processo contra ela. Além disso, também ressaltou que Jair "desrespeitou o pai do ex-presidente da OAB", no caso, Fernando Santa Cruz, que foi uma das vítimas de morte pela ditadura.
Relembre o caso
A polêmica começou após Eduardo Bolsonaro repostar em sua conta no Twitter um artigo feito por Miriam Leitão, em que a jornalista argumenta ser um erro comparar o ex-presidente Lula (Luís Inácio Lula da Silva - PT) ao pai do deputado, e atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pois, segundo ela, o atual governante é "Inimigo confesso da democracia”.
Ainda com pena da … pic.twitter.com/4DLVBtIPZI
Na legenda de sua publicação, Eduardo Bolsonaro usou a expressão 'ainda com pena da (cobra)' se referindo a época da ditadura militar, em que o animal foi usado como meio de tortura à jornalista. Na época, Miriam relatou que foi trancada ainda grávida em uma sala junto com uma espécie de jibóia em uma das sessões de tortura que enfrentou.
Jornalista Miriam Leitão. (Foto: Reprodução/Portal dos Jornalistas)
Não demorou muito para que internautas, políticos, artistas e famosos repudiassem a fala do deputado federal, afirmando ser um absurdo sua citação e referência. Dentre eles os atuais pré-candidatos à presidência da República, Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (União Brasil). Além disso, alguns partidos entraram com uma ação no Conselho de Ética da Câmara contra Eduardo por quebra de decoro parlamentar, a fim de puni-lo pela publicação.
Vale lembrar que a ditadura militar no Brasil durou entre 1964 a 1985, totalizando 21 anos.
Foto destaque: Ex-presidente Dilma Rousseff e Eduardo Bolsonaro. Montagem/Reprodução/Mayara Ferreira