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Dia da Mulher Negra celebra Tereza de Benguela

O dia 25 de julho celebra Tereza de Benguela e sua importância como líder e resistência na luta contra a escravidão

25 Jul 2024 - 19h40 | Atualizado em 25 Jul 2024 - 19h40
Dia da Mulher Negra celebra Tereza de Benguela Lorena Bueri

Hoje (25 de julho) é celebrado o dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma da data que remete décadas de luta e resistências das mulheres negras na América Latina e no Caribe. A data foi oficialmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a sua primeira fase, em 1992, quando aconteceu o primeiro encontro na República Dominicana, onde reuniu mulheres negras de mais de 70 países da região. Questões sobre população e desenvolvimento e direitos das mulheres, foram pautas de reuniões futuras, realizadas em Cairo em 1994 e Pequim no ano de 1955, respectivamente.

A partir deste encontro, foi organizado uma rede específica para mulheres negras na região, mas a rede foi tomando proporções das quais mulheres de outras regiões manifestaram interesse em participar, fazendo com que a iniciativa se tornasse ampla para incluir um grupo diversificado de mulheres negras de várias regiões.

No Brasil, a data não apenas celebra o dia da Mulher Negra, como também é uma homenagem a Tereza de Benguela, que foi líder quilombola do século XVII que lutou contra a escravidão. 

Quem foi Tereza de Benguela, o símbolo de resistência

Nascida no século XVII e de origens africanas, Tereza foi trazida ao Brasil, na região de Guaporé, em Mato Grosso, como escreva. Com seu companheiro, José Piolho, conseguiu escapar, se tornando, logo em seguida, líder da comunidade Quilombo Quariterê. A comunidade abrigou mais de 100 pessoas que também fugiram da escravidão. Em 2014, a então presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.



Pintura de 1824 mostrando negros lutando com passos de capoeira (Foto: reprodução/Augustus Earle/Wikimedia Commons)


Tereza vem ganhado espaço sobre sua trajetória. Ainda assim, muito do que se sabe sobre ela vem através da oralidade, lembranças das quais mulheres mais velhas guardaram e transmitiram sobre Tereza.

Tereza de Benguela era líder, cuidava dos doentes e dava abrigo a negros escravizados, indígenas e brancos que cometeram crimes contra a Coroa. Informações apontam que ao liderar o Quilombo Quariterê, Tereza criou uma forma de organização parlamentar dentro do quilombo no qual resistiu por 37 anos.

Rainha Tereza nas escolas de samba

O grupo Intergeracional de mulheres Coletivo Herdeiras do Quariterê é formado por mulheres cuja referência é a Rainha Tereza, como é conhecida no município de Vila Bela. Além disso, duas décadas antes da instituição oficial da data em sua homenagem, Tereza foi tema do desfile da escola de Samba Unidos do Vidouro, no carnaval carioca de 94, com o enredo “Tereza de Benguela, uma rainha negra no pantanal”.


Desfile da escola de samba Unidos do Vidouro "Tereza Benguela, uma rainha negra no pantanal" (Vídeo: reprodução/Bruno Guedes/YouTube)


Já em 2020, A rainha Tereza volta a ser homenageada no enredo da Barroca Zona Sul, no carnaval de São Paulo.


Foto Destaque: Pintura de uma mulher negra, feita em 1911 e é associada, no Brasil, à figura de Tereza de Benguela (Reprodução: Félix Vallotton/ Wikimedia Commons)

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