O atropelamento do ator Kayky Brito, ocorrido na madrugada de 2 de setembro na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, abriu um debate público sobre a responsabilidade legal e ética em casos de acidentes de trânsito. O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), concluiu o inquérito e decidiu não indiciar o apresentador Bruno De Luca por omissão de socorro, assim como o motorista Diones Coelho da Silva.
Critérios da decisão: entenda a isenção de responsabilidade
O delegado Ângelo Lages esclareceu que a responsabilidade legal de prestar socorro em casos de atropelamento é do motorista envolvido. No caso em questão, o motorista Diones Coelho da Silva cumpriu seu dever, prestando socorro imediato a Kayky Brito. Portanto, ele e outras pessoas presentes no local, incluindo Bruno De Luca, foram isentos de responsabilidade.
Imagens do carro do motorista Diones da Silva mostram momento do acidente. (Foto: Reprodução/G1)
O motorista estava dirigindo a uma velocidade de 48 km/h, abaixo do limite de 70 km/h permitido na via. Além disso, exames toxicológicos confirmaram que ele não estava sob o efeito de álcool ou outras substâncias que pudessem comprometer sua capacidade de dirigir.
“Bruno esteve aqui, prestou as declarações dele. O dever legal era do motorista, de pedir socorro. Uma vez que o socorro é pedido por uma pessoa, as pessoas presentes na cena ficam isentas de responsabilidades”, explicou Lages.
Debate sobre leis de trânsito e socorro
Após a conclusão do inquérito pela 16ª DP (Barra da Tijuca), o caso será enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para arquivamento, conforme mencionado pelo delegado Ângelo Lages ao G1. O MPRJ tem a opção de pedir novas diligências, arquivar ou denunciar o caso, mas a probabilidade, segundo o delegado, é que o caso seja arquivado.
Kayky Brito, que está internado há 25 dias no Hospital Barra D'Or, sofreu politrauma corporal e traumatismo craniano. Ele teve alta da UTI no último dia 22 de setembro, conforme boletim médico. O acidente e a decisão do delegado geraram debates públicos sobre as leis de trânsito e o dever de prestar socorro.
Prefeito do Rio Eduardo Paes afirmou ter pedido à CET-RIO diminuição de velocidade nas orlas da cidade. (Foto: reprodução/X/@eduardopaes)
O caso também levanta questões sobre a segurança no trânsito na Barra da Tijuca, região de grande movimento no Rio de Janeiro. O fato de o motorista estar dentro dos limites de velocidade e ainda assim ocorrer um acidente grave pode suscitar discussões sobre a eficácia das leis de trânsito e dos limites de velocidade estabelecidos. Em 4 de setembro, após o atropelamento, prefeito do Rio Eduardo Paes disse que solicitou mudanças no limite de velocidade nas orlas da cidade à Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-RIO).
Foto destaque: Bruno De Luca e motorista Diones Coelho da Silva foram isentados de responsabilidade pelo atropelamento de Kayky Brito. Reprodução/meionorte.com.