Na última terça-feira (30), o delegado Fabio Luiz Souza, da 34º Delegacia Policial de Bangu, no Rio de Janeiro, enviou ao Ministério Público a conclusão do Caso Tio Paulo. No relatório, o delegado afirmou não haverem dúvidas quanto ao conhecimento da morte de seu tio por Érika Souza antes de entrarem no banco.
De acordo com Fabio, "Não há dúvidas que Érika sabia da morte de Paulo, mas, como era a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, entrou com o cadáver no banco, simulou por vários minutos que ele estava vivo, chegando a fingir dar água, pegou a caneta e segurou com sua mão junto a mão do cadáver de Paulo, contudo, como os funcionários do banco não dispersaram a atenção, não pôde fazer a assinatura".
Investigação por homicídio culposo
A investigação agora também acusa Érika pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A acusação explica que Érika colocou seu tio em "situação gritante de perigo de vida" quando o levou para o shopping invés de uma unidade de pronto atendimento, o que significa crime de “omissão de socorro”.
O laudo de morte de Paulo Roberto é inconclusivo, por isso não é possível saber qual o horário exato em que houve o falecimento. Se ele chegou ao shopping vivo, é possível que sua morte tenha acontecido minutos depois. O delegado Fabio explica que “em imagens do próprio estabelecimento é possível ver sua cabeça caída para trás com a boca aberta, assim como no trajeto até o banco, tudo presenciado por testemunhas que estavam no local [...]”.
Érika está presa em Bangu e já responde pelos crimes de vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude.
Outras provas
Érika e Paulo no banco (reprodução/redes sociais/Twitter)
De acordo com testemunhas, Érika já havia tentado acessar o dinheiro do tio dias antes do ocorrido. Nos depoimentos, as testemunhas alegam que ela havia ido ao banco para tentar acessar a conta do tio e receber o dinheiro, mesmo sem ele estar presente.
A defesa de Érika afirma que ela não sabia que o tio estava morto e alega problemas psiquiátricos. Na conclusão do relatório, a acusação afirma que Paulo já era cadáver quando entrou no banco e que Érika sabia, porque simulava uma pessoa viva durante o atendimento, segurando a cabeça de seu tio e as mãos para que ele assinasse os documentos.
Foto Destaque: Érika e Paulo no shopping (reprodução/Jornal GGN/redes sociais)