A Comissão da Câmara dos Estados Unidos entregou nesta quinta-feira (22) o relatório final da investigação da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. O relatório indica que o ex-presidente Donald Trump conspirou para a invasão acontecer para impedir o resultado das eleições de 2020.
Ele também recomenda que o Congresso torne Donald Trump e seus aliados ilegíveis a cargos políticos, assim como pede o seu julgamento por incitar uma rebelião. No começo da semana, a comissão já tinha recomendado que fosse aberto um processo criminal contra Trump por incitar rebelião, conspiração de fraude e obstrução de ato do Congresso.
É a primeira vez na história dos Estados Unidos que o Congresso pede que se abra um processo criminal contra um ex-presidente.
Horas antes da invasão ao Capitólio, aconteceu o comício "Pare o Roubo" em frente a Casa Branca em Washigton. Mark Peterson/New York Times
O relatório possui 800 páginas, contendo 1200 entrevistas, 12 audiências públicas e centenas de milhares de documentos. Ele indica também a falha da segurança do Capitólio e acórdãos em mais de 60 tribunais federais e estaduais.
Trump fez uma postagem na plataforma Truth Social sobre o caso, na postagem ele alega que o Comitê é parcial e partidarizado, e acusa que a investigação foi uma trama contra ele o Partido Republicano para minar a sua candidatura para presidente em 2024.
A invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 deixou cinco mortos. Entre eles Brian Sicknick, policial do Capitólio desde 2018, que foi espancado pelos invasores até a sua morte, ele chegou a ser atacado com um extintor de incêndio, segundo o “New York Times”. Os outros quatro eram eleitores de Trump que acreditavam que a eleição tenha sido fraudada.
Segundo as autoridades, cerca de 964 pessoas foram acusadas e presas por crimes envolvendo a invasão do Capitólio, com 465 pessoas se declarando culpadas do seu papel durante a rebelião. O FBI e outras organizações contam com a ajuda pública para identificação de outros participantes.
Foto em destaque: Vídeos de Trump no dia da invasão foram mostrados pelo Comitê. Demetrius Freeman/The Washington Post