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Civis ucranianos recebem treinamento militar para combater uma possível invasão da Rússia

Com as ameaças de invasão russa ainda maior, Ucrânia retorna a pratica de treinar civis para combate. Sabendo que não pode ultrapassar o poder de fogo superior da Rússia, o objetivo é criar uma força de resistência que ajude o exército ucraniano

14 Fev 2022 - 13h50 | Atualizado em 14 Fev 2022 - 13h50
Civis ucranianos recebem treinamento militar para combater uma possível invasão da  Rússia Lorena Bueri

Milhares de civis ucranianos participaram de treinamento militar, neste final de semana e no anterior, estes programas de treinamento para combate são criados e administrados pelo governo e por grupo paramilitares privados, e são importantes para o plano estratégico de defesa do país no caso de uma invasão russa. Entre os participantes do programa havia idosos e crianças. 

A prática de treinamento militar de civis na Ucrânia não é nova. Uma reportagem publicada no final de dezembro pelo jornal americano "The New York Times" afirma que, com a iniciativa, a Ucrânia parece ter aprendido com as guerras combatidas nas últimas duas décadas pelos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, quando guerrilheiros forneceram resistência contra o poder de fogo extremamente superior dos americanos.

Mas o objetivo do programa ucraniano não é superar o poderio militar russo, até porque o país reconhece que não tem essa capacidade. No entanto, a intenção é criar uma resistência civil que torne impraticável uma ocupação por qualquer força estrangeira. 

"Temos um exército forte, mas não forte o suficiente para nos defendermos da Rússia", afirmou ao jornal a médica Marta Yuzkiv, que se inscreveu para participar do treinamento. "Se formos ocupados, e espero que isso não aconteça, nos tornaremos a resistência nacional."

As tensões entre a Russia e o Ocidente seguem esquentando. Os russos poderiam atacar a Ucrânia a qualquer momento, é o que disseram neste domingo (13) altos funcionários americanos, no dia seguinte a um telefonema entre Joe Biden e Vladimir Putin, que lhes deu "motivo para otimismo"

Segundo o porta-voz do Pentágono,John Kirby, a conversa por telefone entre os dois presidentes "certamente não mostrou que as coisas estivessem se movendo na direção correta".

"Não há sinais de que Putin tenha a intenção de aliviar as tensões", acrescentou. "Acreditamos que uma ação militar importante poderia ocorrer a qualquer momento".

A Rússia segue negando uma invasão a Ucrânia, mas concentra desde novembro mais de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia e iniciou manobras militares em Belarus e no Mar Negro, cercando o vizinho. 

"Durante dez dias, temos visto uma aceleração do reforço das tropas russas e seu posicionamento mais perto da fronteira, razão pela qual poderiam lançar uma ação militar muito, muito rapidamente", acrescentou à CNN o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

No entanto, disse que continua sendo possível que Putin opte pela via diplomática. "Não estou na cabeça dele", afirmou Sullivan.

Nos últimos dias, é esperado a visita do chanceler alemão Olaf Sholz em Kiev na segunda-feira e na terça-feira em Moscou. 

Foto Destaque: Treinamento militar  de civis na Ucrânia. (Reprodução/Vadim Ghirda/AP)

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