Com formato curioso de carapaça articulada e composta por placas que se sobrepõem, mas que porem deixam espaço para movimentação, essa estrutura conhecida como catafractária, a Corumbella o animal marinho que viveu no oceano onde hoje existe o município de Corumbá no Mato Grosso do Sul e cujo o primeiro exemplar foi descoberto na década de 70, mas que viveu período Ediacarano (entre 635 milhões e 541 milhões de anos atrás).
Corumbella e um dos animais mais antigos cujo o fóssil já foi estudado, teve detalhes de sua anatomia divulgado recentemente em um estudo divulgado em artigo escrito para a revista iScience, o estudo que foi conduzido através de parceria entre pesquisado do Brasil, Alemanha e Escócia, contou com apoio da Fapesp, teve como principal resultado ajudar a trazer uma nova compreensão da evolução dos animais, “As características da Corumbella fazem dela um dos primeiros animais modernos, que muito provavelmente viveram na presença de predadores e de cadeias alimentares parecidas com as que conhecemos hoje” afirmou Gabriel Ladeira Osés, autor do primeiro artigo.
Até não muito tempo atras, os estudos realizados antes mostravam que animais com características semelhantes a essa tinha surgido cerca da 30 milhões de anos depois no evento que ficou conhecido como “explosão do Cambriano”, ocorrido durante o final do período Ediacarano, apenas partes desarticuladas de animais catafractários tinham sido encontradas até agora.
Corumbella werneri, um dos animais mais incríveis e subrepresentados artisticamente do Brasil e do mundo!
— Abner (@abcterra_) April 20, 2022
Um dos primeiros esqueletos animais!
Ocorre na formação Tamengo, do Ediacarano, divisa de Corumbá com Ladário, MS, e em outras formações na América do Sul e Canadá pic.twitter.com/jy82ohrrKn
O recém publicado estudo agora se junta a outras evidencias de que ainda nesse período, houve o possível surgimento da predação de animais que são visíveis olho nu que se locomoviam, (tendo possíveis predadores das Corumbella como exemplo) e também talvez de esqueletos que continham componentes biomineralizados resistentes.
“Usando microscopia eletrônica, espectroscopia e outras técnicas geoquímicas, conseguimos determinar que o esqueleto era feito de aragonita e proveniente do próprio animal, ou seja, não se precipitou depois, no processo de fossilização. Além disso, mostramos que havia uma orientação preferencial da formação do esqueleto, uma evidência de que existia um controle biológico da mineralização”, explicou Mírian Liza Alves Forancelli Pacheco, professora do Departamento de Biologia da UFSCar e coordenadora da pesquisa.
Já nas redes sociais usuários destacam importância da descoberta.
Foto Destaque: marianalimaah. Reprodução/Instagram