A invasão das ondas na orla do Rio de Janeiro no último domingo (05) teve sua origem em uma combinação de elementos. As águas avançaram pelo calçadão e invadiram as pistas das avenidas próximas, e as imagens das ondas surpreendendo os banhistas rapidamente se espalharam.
Essa ocorrência foi desencadeada pela chegada de uma frente fria à cidade entre sexta-feira (03) e sábado (04). Associada a essa frente fria, veio um ciclone extratropical, localizado a certa distância no oceano. De acordo com a meteorologista do Climatempo, Hana Silveira, essa conjunção de fatores é relativamente comum.
BRASIL: Onda gigante arrasta banhistas em praia do Leblon, no Rio de Janeiro. pic.twitter.com/UheWkvsknP
— CHOQUEI (@choquei) November 5, 2023
Onda atingindo os banhistas em praia do Rio de Janeiro. (Vídeo: reprodução/Choquei/X)
Ressaca no Rio de Janeiro
A meteorologista explicou que o ciclone extratropical causou a intensificação e persistência dos ventos em uma área no mar, conhecida como pista. Isso resultou na formação de grandes ondas que atingiram o litoral do Rio de Janeiro, configurando a ressaca, que é quando as ondas chegam a partir de 2,5 metros na costa. Ela comparou a situação a um ventilador numa piscina, onde as ondas se ampliam naquele espaço, como aconteceu em maior proporção no mar.
A Marinha do Brasil prevê que a ressaca no mar se estenderá até às 18h desta segunda-feira (6), com ondas alcançando até 3,5 metros de altura. Contudo, isso não indica que o mar ficará calmo a partir desse momento, e a agitação marítima continuará na terça-feira (07).
A ressaca ocorre devido à elevação acentuada da superfície do mar na costa, resultado da interação de três elementos: o acúmulo de água impulsionado pelo vento, a ação das ondas e as variações da maré. As ondas no oceano são produzidas pela força dos ventos, sendo que ventos mais fortes geram ondas mais altas. Portanto, durante episódios de ressaca, a intensidade do vento desempenha um papel crucial. Adicionalmente, as mudanças na maré também exercem uma influência significativa.
Buscas e limpeza
Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros persiste nas buscas por um adolescente de 16 anos que desapareceu em Ipanema, na Zona Sul, no domingo (05). O jovem, que está desaparecido, participava de uma excursão ao litoral do Rio de Janeiro. Além dos guarda-vidas, equipes estão mobilizadas, utilizando uma aeronave, motos aquáticas e drones na busca.
A empresa de limpeza urbana do Rio de Janeiro, Comlurb, está em processo de remoção da areia que foi depositada nas pistas e no calçadão devido à força das águas. Os garis estão empregando máquinas para liberar as pistas. Na tarde desta segunda-feira (06), duas faixas da Avenida Delfim Moreira já foram desobstruídas.
Foto Destaque: praia do Rio de Janeiro (Reprodução/Diário Carioca)