Com a oposição da Rússia e da China, a proposta de resolução dos EUA para um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza não obteve aprovação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A deliberação representava uma mudança na postura dos norte-americanos em relação ao conflito entre Israel e o Hamas. O secretário, Antony Blinken, foi o primeiro a se manifestar sobre a resolução de Washington.
Como um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, os EUA vinham bloqueando propostas de cessar-fogo. A proposição apresentada nesta sexta-feira (22) configurava uma alteração na postura em relação à batalha entre Israel e o grupo terrorista Hamas, buscando com um imediato cessar-fogo a libertação de aprisionados.
Sede das Nações Unidas, Nova York, EUA (Foto: reprodução/GettyImages Embed)
Cessar-fogo
Durante uma entrevista na quinta-feira (21), o secretário havia mencionado que os Estados Unidos trabalham em conjunto com Egito e Catar para alcançar um acordo de cessar-fogo na região do conflito. Após uma reunião a portas fechadas naquele mesmo dia, foi decidido que a votação ocorreria hoje.
Apenas Rússia, China e Argélia se posicionaram nesta sexta-feira (22) contra a proposta. Assim, como Rússia e China são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto, um único voto de qualquer desses membros é suficiente para bloquear uma votação.
Sem aprovação no Conselho de Segurança da ONU
11 outros países votaram a favor da proposta, enquanto a Guiana optou por se abster.
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, justificando seu voto, acusou Washington de divulgar um compromisso ilusório e de só admitir a necessidade de uma trégua. "Quando mais de 30 mil habitantes de Gaza já morreram", disse.
Ainda hoje, o Conselho de Segurança da ONU votará outra deliberação proposta pelo grupo E-10, composto por dez países rotativos no conclave. Levado por Moçambique, o texto solicita um armistício durante o Ramadã — sagrado para os muçulmanos — iniciado no dia 10.
Foto Destaque: Plenário da Nações Unidas (Reprodução/Murat Gok/Getty Images/Embed)