Na última quarta-feira (3), o Ministério do Interior da Espanha divulgou dados sobre imigração em 2023, registrando a entrada de cerca de 57.000 imigrantes ilegais no país, vindos principalmente das Ilhas Canárias, Mauritânia e Senegal. Para mitigar a situação o governo espanhol se empenha em criar acomodações temporárias em quartéis, hotéis e hostels em todo o país, e contatar os governos dos países de origem dos imigrantes para encontrar soluções.
Arguineguin, cidade nas Ilhas Canárias, principal ponto de chegada de imigrantes (Foto: reprodução/FrodeCJ/Pixabay)
Imigração na Espanha tem aumento recorde em 2023
Com um aumento de quase 80% em relação ao ano anterior, a chegada de imigrantes superou a marca de 50.000, um feito inédito desde 2018, quando pouco mais de 57.000 imigrantes entraram no país.
O relatório deste ano mostra que a maioria veio pelo mar, com 72% vindo das Ilhas Canárias, conhecidas pela rota marítima mais perigosa, onde embarcações frágeis de madeira percorrem pelo menos 100 km em mar aberto. Estima-se que entre 2018 e 2023, 7.800 pessoas morreram nessa travessia. Observou-se também uma redução no número de imigrantes vindos do Marrocos pelas cidades de Ceuta e Melilla, territórios espanhóis em solo africano, com uma diminuição de 46,5% em relação ao ano anterior.
Quais rotas são utilizadas pelos imigrantes para chegar à Espanha
A rota mais utilizada neste ano envolveu a partida de Senegal ou Mauritânia rumo às Ilhas Canárias, e de lá, para a Espanha pelo mar. Até o início de outubro, cerca de 30.000 imigrantes já haviam chegado à ilha ou à Espanha. O restante chegou nos dois meses seguintes, período menos perigoso para a travessia devido às condições climáticas mais amenas, sem tempestades inesperadas e neblina intensa, com maiores chances de as embarcações de madeira concluírem a travessia.
Foto Destaque: Imigrantes em barco pequeno de madeira (Reprodução/Geralt/Pixabay)