Na última segunda-feira (18), o Observatório Epidemiológico da Prefeitura do Rio de Janeiro divulgou dados alarmantes sobre a crescente epidemia de dengue na cidade, revelando um aumento significativo de 457% em 2023 em comparação ao ano anterior.
Escalada preocupante
A capital não vivenciava um aumento tão expressivo desde 2015, quando os casos dispararam impressionantes 679%. Essa situação levanta sérias preocupações sobre a propagação da doença e destaca a necessidade urgente de ações preventivas e de controle por parte das autoridades de saúde.
Sintomas inquietantes
Os sintomas da dengue, incluindo febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele, estão se manifestando de maneira intensa. A gravidade da situação é evidenciada pelo aumento nos casos graves que, em algumas situações, podem levar à morte.
Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya (Foto: reprodução/ Estadão Conteúdo)
Impacto nos números
Até o início de dezembro de 2023, o estado do Rio registrou alarmantes 43.205 casos de dengue, resultando em 2.481 internações e 25 óbitos, de acordo com o painel do Governo do Rio de Janeiro. Mulheres entre 20 e 29 anos, de cor branca ou parda, estão sendo mais afetadas pela doença, segundo os dados.
Propagação nacional
No dia 8 de dezembro de 2023, o Ministério da Saúde emitiu um alerta de epidemia de dengue para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A projeção para 2024 indica um aumento de casos nas demais regiões do país, agravado pelo período de chuvas e elevação das temperaturas. Além da dengue, há também um aumento nos casos de chikungunya e zika.
Introdução da vacina no SUS
Em resposta à escalada da doença, nesta quinta-feira (21), o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina contra a dengue, denominada Qdenga, no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa medida representa um marco histórico na saúde pública brasileira, sendo o primeiro imunizante contra a dengue disponível em um sistema público de saúde de abrangência universal.
A vacina, inicialmente, será destinada a um público-alvo prioritário, a ser determinado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). A expectativa é que 5,082 milhões de doses sejam entregues ao longo de 2024. O esquema vacinal consiste em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas, e é recomendado para pessoas com idade entre 4 e 60 anos, independentemente de exposição prévia ao vírus.
A inclusão da vacina no SUS representa um avanço significativo na oferta de proteção contra a dengue, marcando um ponto crucial na luta contra a epidemia que assola o país.
Foto destaque: mosquito Aedes aegypti. (Reprodução/Lucas Garriga/INaturalist)