O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) puniu a deputada federal Carla Zambelli (PL- SP) por ter divulgado um conteúdo com informações falsas a respeito do resultado das eleições do ano passado. O órgão exige de Zambelli o pagamento de R $30 mil por causa de um vídeo em que ela afirmava que as urnas eletrônicas seriam manipuladas em um sindicato que teria uma espécie de conexão com o atual governo Lula e a sigla a que ele se alia, o Partido dos Trabalhadores (PT).
O suposto vídeo foi lançado na internet em setembro do ano passado e obviamente causou um caos durante a campanha eleitoral. O ministro Benedito Gonçalves comentou a situação, que para ele foi totalmente embasada por má fé, pois mesmo após a nota do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo esclarecer que tais informações não eram verdadeiras, a deputada deu continuidade à difundi-las.
O ministro justificou seu voto na decisão de condenar Carla a "a gravidade das infundadas acusações à lisura do processo eleitoral sem qualquer amparo nos fatos". Em outras palavras, ele afirma que tais informações estão totalmente desconectadas da realidade, e a liberação delas poderia afetar (o que de fato aconteceu já que inflamou demais os eleitores tanto de Bolsonaro quanto os Lula ) a integridade das eleições no país. A ação contra Zambelli partiu da associação conectada a Lula.
O TSE multou na quinta-feira (25), por unanimidade, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em R$ 30 mil por ter divulgado um vídeo, em setembro de 2022, que supostamente sugere que urnas eletrônicas estariam sendo manipuladas. #CNNNovoDia pic.twitter.com/jtdCuePz34
— CNN Brasil (@CNNBrasil) May 26, 2023
Naquele mesmo ano foi emitida uma ordem pelo relator, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, a remoção dos audiovisuais das principais plataformas como YouTube, Twitter e Kwai.
O advogado Thiago Rocha Domingues, que está à frente da defesa de Zambelli, declarou não haver incongruência na conduta da deputada. "Não houve no ponto compartilhamento de notícia falsa ou descontextualizada" e acrescentou "defendemos que não houve nenhuma ilicitude. Houve exclusivamente a informação de que, por conta da viralização do vídeo, a deputada pediu informações para averiguar se poderia haver alguma ilicitude ou não", finalizou Thiago.
Carla Zambelli encontra-se atualmente em cuidados intensivos na unidade de terapia intensiva, recebendo tratamento para a Covid-19. Foi diagnosticada com uma condição mais grave, pois não recebeu a vacinação. Ao mesmo tempo, ela enfrenta problemas com o Partido Liberal (PL). Segundo informações divulgadas pela jornalista Andréia Sadi, o PL e Bolsonaro se afastaram da deputada, que pode perder o mandato. O presidente não conseguiu seguir em frente depois do episódio de Carla armada correndo atrás de um homem no meio de São Paulo. Na época, a situação chocou o país e teve um papel importante na derrota de Bolsonaro.
Foto destaque: A deputada Carla Zambelli. Reprodução/Twitter
