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CCJ aprova projeto que prevê tratamento com castração química para criminosos sexuais

Projeto propõe castração química voluntária para condenados em crimes sexuais, visando reduzir reincidência; relator destaca como alternativa para prevenir futuras violações

22 Mai 2024 - 19h58 | Atualizado em 22 Mai 2024 - 19h58
CCJ aprova projeto que prevê tratamento com castração química para criminosos sexuais Lorena Bueri

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado protagonizou uma decisão controversa nesta quarta-feira, ao aprovar por 17 votos a 3 um projeto que propõe a aplicação da castração química voluntária para condenados reincidentes em crimes sexuais. Esta medida, se não houver recurso para levá-la ao plenário, seguirá diretamente para a análise da Câmara dos Deputados.

O projeto, em sua essência, é um "tratamento" que visa reduzir os níveis de testosterona no organismo, diminuindo sua libido, e consequentemente, buscando evitar a reincidência em crimes de natureza sexual. O relator da proposta na CCJ, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), enfatizou a importância desse "tratamento" como uma alternativa para prevenir futuras violações.


Senador Styvenson Valentim compartilha com seguidores a aprovação do projeto (Reprodução/Instagram/senadorstyvensonvalentim)


Adesão voluntária

Conforme o texto, o condenado que demonstre propensão à violência sexual terá a possibilidade de aderir voluntariamente ao tratamento hormonal como parte de uma intervenção terapêutica e uma condição para eventual liberdade condicional. No entanto, antes de tomar qualquer decisão, o indivíduo será submetido a uma avaliação técnica para compreender os possíveis efeitos colaterais e avaliar suas próprias condições psicológicas, psiquiátricas e clínicas.

É importante ressaltar que a castração química é apresentada como uma medida alternativa ao cumprimento da pena, ficando a critério do juiz decidir sobre a reintegração do condenado à sociedade, mesmo após a adesão ao tratamento. Uma emenda proposta pelo senador Sergio Moro (União-PR) estabelece que os condenados que optarem pela castração química terão que se submeter ao tratamento por um período mínimo equivalente ao dobro da pena máxima prevista para o crime cometido.

Falta de unanimidade 

No entanto, a proposta não foi unanimidade entre os senadores. Alguns, como Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS) e Humberto Costa (PT-PE), manifestaram suas preocupações durante a votação. Wagner, por exemplo, questionou se a medida realmente resolveria o problema, levantando dúvidas sobre as consequências futuras para os condenados que optarem pelo tratamento.

O texto original proposto pelo senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) também incluía a possibilidade de castração física, por meio de cirurgia, porém esta medida foi excluída do projeto pelo relator. Angelo Coronel argumentou que a castração física não se mostrava constitucional e não atingia os objetivos de redução da libido como o tratamento hormonal.

Foto destaque: Senado Federal em Brasília (Reprodução/Arquivos da Internet/Observatório do Legislativo Brasileiro)

 

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