Convocado para depor sobre a Operação Tempus Veritatis, nesta quinta-feira (22), o investigado, Jair Bolsonaro formalizou junto à sua defesa, um pedido de adiantamento do depoimento. Ao receber tal pedido, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes negou.
O pedido
A defesa de Bolsonaro pediu na última terça-feira (20), que o ex-presidente seja dispensado do comparecimento na PF. Os advogados que fizeram o pedido entendem que não tiveram “acesso integral a todas as diligências e provas reunidas aos autos” e que “não há motivos para qualquer depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 22 de fevereiro”.
Os advogados então, solicitaram o adiamento na última segunda-feira (19), o ministro do supremo informou que a assessoria jurídica de Bolsonaro já teve o acesso integral ao material das investigações, inclusive à delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
A defesa do ex-presidente segue insistindo nas argumentações anteriores, que já foram rejeitadas pelo STF. O supremo já deixou claro que o investigado e sua defesa já tiveram total acesso aos autos e que por isso, não há necessidade de adiamento do depoimento marcado.
Ministro Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes (Foto/ reprodução/ Wikimedia Commons).
Operação
A Operação Tempus Veritatis teve início no dia 8 de fevereiro após a Polícia Federal (PF) ter acesso a documentos que comprovam uma tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente, Jair Bolsonaro e figuras que orbitavam seu governo.
A operação deflagrada tornou pública uma série de provas que deixaram claras a intenção de invalidar as eleições de 2022 e impedir que o presidente Lula fosse empossado. Uma delas é a gravação de uma reunião entre Bolsonaro e seus ministros, onde o então presidente disse que não poderiam esperar o resultado das urnas para agir.
Após convocar um ato de manifestação em resposta à operação da PF, na Avenida Paulista, no próximo domingo (25), Bolsonaro afirma que jamais cogitou um golpe de Estado.
Além dele, outros integrantes do seu governo também foram intimados a depor na Política Federal esta semana. São eles:
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General Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança de Bolsonaro)
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Anderson Gustavo Torres (ex-ministro da Justiça e Segurança Pública)
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Marcelo Costa Câmara (ex-chefe do Serviço Paralelo de Informação)
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Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
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Tércio Arnaud (assessor de Bolsonaro)
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Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
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Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
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Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
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Cleverson Ney Magalhães (ex-oficial do Comando de Operações Terrestres)
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Walter Souza Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
Foto destaque: Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. (Reprodução/ Agência Brasil).