Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro realizam uma reunião para deliberar sobre as medidas judiciais a serem tomadas contra o hacker Walter Delgatti Netto, em virtude das alegações de atividades ilegais.
Na tarde desta quinta-feira (17), os advogados de defesa de Bolsonaro, após se reunirem e analisarem o depoimento prestado por ele na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), declararam que irão apresentar uma queixa contra Walter Delgatti Netto. Ele é acusado de calúnia e difamação contra o ex-presidente.
No depoimento, Walter alega que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), teria sido alvo de grampos durante uma reunião ocorrida em 2022 com Bolsonaro. De acordo com Delgatti , durante essa reunião, Bolsonaro teria mencionado que o governo já havia conseguido grampear o magistrado e teria pedido a ele para assumir a autoria desse ato criminoso.
Hacker Walter Delgatti em depoimento. (Foto:Hugo Barreto/ Metrópoles)
Acusação
Walter também afirma que, segundo Bolsonaro, eles finalmente teriam conseguido grampear o ministro Alexandre de Moraes, ação que era ansiosamente aguardada naquela época. Delgatti ainda menciona que no hackeamento realizado havia registros de conversas comprometedoras e que Bolsonaro desejava que ele assumisse a autoria deste grampo. A justificativa por trás dessa estratégia era que, uma vez que Bolsonaro já havia sido associado à "Vaza Jato" e até a apoiado, ele não seria facilmente questionado pela oposição de esquerda. Portanto, a ideia era que alguém ligado à esquerda assumisse a responsabilidade por esse grampo.
Hacker afirmar que Jair Bolsonaro deu carta branca para invação de urnas. Video : Reprodução / YouTube
Carta Branca
Segundo o relato de Walter Delgatti, ele e o ex-presidente se encontraram em agosto do ano passado, quando discutiram sobre a alegada invasão das urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse encontro, Jair Bolsonaro teria sugerido que Walter procurasse os técnicos responsáveis pelas urnas no Ministério da Defesa para tratar desse assunto.
Ao responder a um questionamento feito pelo deputado federal Duarte Junior (PSB-MA) durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) realizada em 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti Netto afirmou que Bolsonaro teria lhe concedido "carta branca" para agir da forma que quisesse em relação às urnas eletrônicas.
Nas redes sociais, o advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação, refutou categoricamente as acusações de crimes feitas. Ele relatou que nunca, em hipótese alguma, ocorreram gravações ilícitas ou atividades ilegais direcionadas a qualquer figura política do Brasil por parte dos colaboradores mais próximos do ex-presidente.
Foto Destaque: Fabio Rodrigues /Pozzebom Reprodução/Agência Brasil
