O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (4), normas para impedir a chegada de imigrantes na fronteira com o México. As ações incluem o fechamento temporário da fronteira e a deportação sumária de imigrantes que cruzarem ilegalmente. A medida é a mais radical dentro da gestão Biden, e é vista como uma tentativa de alcançar mais votos de um eleitorado insatisfeito com os recordes recentes de entrada de imigrantes no país.
Impacto das novas medidas
Situação dos imigrantes mexicanos tentanto atravessar a fronteira (Foto: reprodução/ John Moore/ Getty Images)
A ordem executiva assinada por Biden autoriza a expulsão imediata de imigrantes que cruzem a fronteira ilegalmente, sem a possibilidade de solicitar asilo. Essa expulsão pode ocorrer em questão de dias ou até horas, e a fronteira será fechada temporariamente sempre que a entrada de imigrantes ultrapassar um limite diário de 2.500 pessoas. No último domingo (2), cerca de 3.500 pessoas cruzaram a fronteira, segundo autoridades locais.
Contexto e reações
No início de sua gestão, Biden havia reaberto as fronteiras com o México, que foram fechadas durante a pandemia por Donald Trump, e congelado as deportações. As novas medidas, porém, representam um retrocesso significativo dessas políticas. O governo Biden argumenta que o pacote "facilitará a imigração legal para remover aqueles sem base legal" para entrar no país.
ONGs, como a União pelas Liberdades Civis dos Americanos, já anunciaram que irão à Justiça contra a ordem executiva. A medida também pode afetar a relação com o novo governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, que prometeu defender os mexicanos do outro lado da fronteira.
Analistas veem a medida como uma estratégia de Biden para se fortalecer politicamente antes das próximas eleições presidenciais. O presidente acredita que a ação ideal seria aumentar o investimento em tecnologia de fronteira e contratar mais agentes e juízes, mas aponta a falta de apoio do Partido Republicano como um obstáculo.
Consequências e futuro
As medidas entram em vigor em um contexto de números recordes de imigração, que atingiram um pico em dezembro de 2023, com cerca de 250 mil pessoas tentando cruzar a fronteira. Embora esse número tenha diminuído pela metade em abril deste ano, Biden quer evitar um novo aumento até as eleições de novembro.
Biden afirmou que as ações têm como propósito "barrar imigrantes que cruzam a nossa fronteira de forma ilegal". No entanto, aqueles que comparecerem a entrevistas agendadas em pontos oficiais de entrada ainda poderão solicitar asilo. As novas regras representam um endurecimento significativo da política migratória dos EUA e colocam a imigração ilegal no centro da disputa presidencial do país.
Foto destaque: mulher sendo impedida de atravessar a fronteira ( reprodução/ John Moore/ Getty Images)