Os conflitos no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia foram temas dos discursos do presidente dos EUA e do secretário-geral da ONU. Os discursos na assembleia começaram com um alerta de António Guterres, secretário-geral da ONU: "Nosso mundo está em um caos. O planeta continua aquecendo, e as guerras seguem sem solução à vista", declarou.
Ele também afirmou que a Faixa de Gaza vive um pesadelo sem fim, com riscos de desestabilizar toda a região, mencionando o confronto no Líbano entre o Exército israelense e os extremistas do Hezbollah, apoiadores do Hamas.
Guterres falou que o povo do Líbano, o povo de Israel e o do mundo não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza. Ele falou também que nada pode justificar os atos horríveis de terrorismo cometidos pelo Hamas em 7 de outubro ou a captura de reféns, e nada pode justificar as punições coletivas do povo palestino, a velocidade o tamanho delas.
Guterres pediu um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns pelo Hamas e o início de um processo irreversível para a criação de dois estados: um palestino e um israelense. Ao abordar a crise climática, Guterres instou os países do G20, que se reunirão em Belém em novembro, a acelerar a transição energética.
Fotos de Zelenski presidente ucraniano (Reprodução/TV Globo)
Pedido de paz
Joe Biden chegou à Assembleia Geral enquanto Lula ainda discursava. No que pode ser seu último discurso como presidente dos EUA, Biden afirmou que Vladimir Putin tentou destruir a Ucrânia, mas falhou.
Ele também condenou os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, pedindo um cessar-fogo e a libertação dos reféns para encerrar o conflito. Biden ainda ressaltou que uma solução diplomática permanece possível para evitar uma guerra maior no Oriente Médio, mesmo após os ataques do Hezbollah.
"Abordaremos também o aumento da violência contra palestinos inocentes na Faixa de Gaza e trabalharemos para criar condições que levem a um futuro melhor. Isso inclui uma solução de dois Estados, onde Israel desfrute de paz, segurança, pleno reconhecimento e relações normalizadas, enquanto os palestinos vivam com segurança, autodeterminação e um estado próprio."
Ele encerrou com uma citação de Nelson Mandela, o ex-presidente sul-africano que liderou a luta contra o apartheid.
Diálogos de paz
Os debates seguem diariamente até segunda-feira (30). O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, que inicialmente não planejava viajar a Nova York, decidiu ir após os confrontos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falará na quinta-feira (26).
Os países envolvidos nos conflitos buscam aproveitar a presença dos líderes mundiais na Assembleia Geral para pressionar o Conselho de Segurança da ONU. Na terça-feira (24), o conselho recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para discutir a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022. Zelensky declarou que a Rússia precisa ser forçada a buscar a paz e propôs uma cúpula para encerrar a guerra, convidando países como China e Brasil. Ele afirmou que tem toda a força necessária para alcançar a paz. O que é necessário é determinação.
O Conselho de Segurança volta a se reunir nesta quarta-feira, desta vez para discutir a situação no Líbano. A reunião foi solicitada pela França, um dos membros permanentes do Conselho.
Foto destaque: Imagem do auditório da Onu em Nova Yorque (Reprodução/TV Globo)