Se o ex-presidente Barack Obama tem alguma razão para não endossar a candidatura da atual vice-presidente Kamala Harris, somente os dois sabem disso. O fato é que Obama e a democrata têm conversas mantidas desde a resistência de Joe Biden à corrida presidencial, e ambos querem que o endosso público seja anunciado em um momento adequado.
Segundo fontes, assessores discutem as chances de ambos se apresentarem juntos, uma vez que o ex-presidente, é um democrata de grande visibilidade dentro do partido. Além disso, apoiou a escolha da candidata, mas o tem feito apenas no âmbito particular: “Ele tem mantido contato regular com ela e acha que ela teve um ótimo começo”, afirmou uma dessas fontes à Rede NBC.
Ainda sem dados
Embora uma data para a confirmação pública não esteja definida, um avaliador bem familiarizado com a questão diz que a atual vice-presidente e candidata quer manter a ousadia que a campanha despertou entre os membros do partido, a partir do instante em que ela aceitou disputar uma indicação. Por isso, o anúncio oficial de apoio da parte de Barack Obama será “no momento devido”.
Vice-presidente Kamala Harris discursa em Nova Orleans, Louisiana (Foto: Reprodução/Michael DeMocker/Getty Images Embed)
A estratégia dos democratas será baseada no impacto provável que o apoio de Obama terá na campanha, principalmente onde e quando a sua manifestação tiver que fazer a diferença. A intenção é apresentar os democratas às eleições até setembro.
Campanha efervescente
A vice de Joe Biden, e agora provavelmente se candidatará a presidente, é aliada de primeira hora dos sindicatos que agregam docentes norte-americanos e nesta quinta-feira (25) discursou no Texas, em uma convenção da Federação Americana de Professores, na cidade de Houston. Durante sua palestra, Kamala exaltou a educação pública: “Como vocês sabem, eu sou fruto do ensino público e tenho orgulho disso. Por isso que estou concorrendo para ser presidente dos Estados Unidos”, afirmou.
Nesses primeiros dias como presumível candidata democrata, Kamala mira no apoio dos professores e recebe deferências. Em Wisconsin, no começo de terça-feira passada, ela foi citada por um professor cuja dívida estudantil foi cancelada pelo programa de anistia do governo Biden.
Essa ligação com os setores da educação nos EUA vem de muito tempo, pois em 2019, Kamala, como senadora, apoiou a greve dos docentes de Los Angeles. Quando tentou concorrer à Presidência, nas primárias de 2020, fracassou, mesmo com a proposta de aumento significativo na evolução dos professores. Ficou pelo menos com o enternecimento dos sindicatos, o que agora representa um apoio essencial enquanto se aguarda o endosso de Barack Obama à sua campanha.
Foto destaque: Barack Obama, em Londres, em março de 2024 (Foto: Reprodução/Adran Dennis/Getty Images Embed)