Nesta quinta-feira (4), o banco central britânico admitiu o maior aumento da taxa de juros em 27 anos, e aproveitou para alertar que uma longa recessão está a caminho, conforme corre para enfraquecer a inflação que está projetada para mais de 13%.
Por conta da invasão russa na Ucrânia os preços de energia aumentaram, portanto, em decorrência desta alta nos valores, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra iniciou uma votação e ficou decidido por 8 votos a 1 que a taxa de juros terá um aumento de 0,5 ponto porcentual.
Após a decisão, o banco central britânico adotou seu nível mais alto da taxa de juros desde o final de 2008. De acordo com uma pesquisa feita pela Reuters, a alta de 0,5 ponto já era esperada pelos economistas. Silvana Tenreyro foi o único membro do comitê que votou a favor de um aumento menor, ou seja, de 0,25 ponto.
"A política monetária não está num caminho estabelecido previamente", disse o Banco da Inglaterra. (Foto: Oli Scarff / Equipa)
Expectativa de recessão
Segundo o pronunciamento do banco, o Reino Unido passará por uma recessão e registrará uma queda de até 2,1% na produção. Apesar de ser um número significante, será um tombo menor do que o impacto da Covid-19 e da crise financeira global entre os anos 2008 e 2009.
Ainda de acordo com o pronunciamento, a economia começará a encolher no último trimestre de 2022 e se contrairá durante todo o ano de 2023, o que configuraria a recessão mais longa desde a crise financeira global.
Abrindo caminhos para a contração econômica, a inflação dos preços ao consumidor agora deve atingir o maior nível desde 1980, com um pico de 13,3% em outubro, devido principalmente ao aumento nos preços de energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Isso significa que as famílias britânicas devem enfrentar dois anos consecutivos de declínio em sua renda disponível, o maior aperto desde 1964, ano em que esses registros começaram.
Foto destaque: Banco Central britânico adota maior alta dos juros desde 1995 e alerta para recessão. Reprodução/Agência Brasil