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Avanço da ciência inocenta mãe acusada de matar seus quatro filhos ainda bebês

Mãe foi a única presente nos locais aonde os quatro bebês morreram, um em cada situação; ela foi libertada em junho, quando provada sua inocência em todas as situações

03 Jul 2023 - 12h00 | Atualizado em 03 Jul 2023 - 12h00
Avanço da ciência inocenta mãe acusada de matar seus quatro filhos ainda bebês Lorena Bueri

Uma vida marcada por ter uma série de desastres, que parece ter saído de um roteiro de filme trágico. Quando tinha apenas 18 meses, a mãe de Kathleen foi morta a facadas pelo marido. Após a tragédia, ela viveu às vezes morando em centros infantis, às vezes morando com uma família adotiva. Aos 20 anos ela se casou, em 1987, e seu primeiro filho, Caleb, nasceu em 1989. A australiana engravidou novamente um ano depois. Nascia outro menino, Patrick, que morreu aos oito meses de idade.

Em 1992, houve uma terceira gravidez e um terceiro óbito: Sarah, que morreu aos dez meses. Por fim, a quarta filha, Laura, que nasceu em 1997, também morreu quando tinha um ano e meio.

As mortes das três primeiras crianças foram relacionadas à síndrome da morte súbita dos lactentes. Quando ocorreu a quarta morte, suspeitas foram levantadas após o legista forense apontar a causa como "indeterminada". Kathleen era sempre a única em casa quando cada filho morreu.

Os promotores neste caso chegaram a afirmar que seria mais fácil para os porcos voarem do que quatro filhos de uma família morrerem de causas naturais tão prematuramente e a longo prazo.

Craig Folbigg, enquanto ainda era casado com Kathleen, passou o diário de sua esposa para a polícia, com anotações que o fizeram suspeitar: "Com a Sarah, tudo o que eu queria era calar sua boca. E um dia ela se calou", diz um dos versos.

Kathleen Folbigg responde categoricamente quando confrontada pela Justiça, se matou cada um de seus quatro filhos: "NÃO!".

Mesmo assim, aos 36 anos, em 2003, ela foi condenada a 40 anos de prisão.


Kathleen e seus quatro filhos (Foto: Reprodução/Dalily Mail via Canal Ciências Criminais)


A reviravolta do caso:

Depois de 16 anos, enquanto Kathleen ainda estava na prisão, a ciência mudou absolutamente toda a história: Uma cientista, ao realizar testes genéticos, sequenciando os genomas das crianças e da mãe, levantou dúvidas sobre a decisão da corte australiana - e defendeu que Kathleen seja libertada.

Carola Vinuesa, cientista e diretora de pesquisa contou que: “Um jovem advogado me procurou pra falar desse caso, que ele tinha visto na tv. Ele me perguntou: ‘Carola, você acha que pode ter alguma causa genética por trás das mortes dessas crianças? A tecnologia avançou para gente investigar isso?’. E, sim, a tecnologia tinha avançado muito da condenação em 2003 pra cá. Eu achei que valia a pena ir em frente e disse que sim”.

No sangue coletado de um teste do pezinho, Carola descobriu que duas das filhas de Kathleen - Sarah e Laura - portavam uma forma até então desconhecida do gene calm2.

Esse gene controla uma proteína chamada calmodulina, que desempenha um papel importante nos níveis de sódio, potássio e cálcio - todos os quais ajudam a manter o bom funcionamento do coração. Variações nessa proteína podem levar a arritmia cardíaca e até mesmo morte súbita.

Carola chegou a saber que a mesma coisa havia acontecido no mês anterior em uma família de uma cidade europeia. Um menino de 4 anos morreu de repente e sua irmã de 5 anos sofreu um ataque cardíaco. Este caso foi usado como exemplo na defesa de Kathleen.

Os cientistas também descobriram que os bebês Caleb e Patrick portavam uma variante rara do gene o BSN, que está associado a casos de epilepsia.

A descoberta levou 150 dos maiores cientistas do mundo, inclusive ganhadores do Prêmio Nobel, a assinar uma petição para que o caso fosse reexaminado.

A justiça concordou que havia "dúvida razoável" sobre o caso de Kathleen e que as crianças poderiam, é claro, terem morrido de causas naturais.

Ela foi libertada no início de junho, e declarou: “Minha eterna gratidão vai pros meus amigos e familiares, especialmente pra minha melhor amiga, a Tracy, e toda a família dela. Sem eles, eu não teria sobrevivido a toda essa provação”.

Seu ex-marido e pai das crianças, disse que, embora a justiça tenha decidido que Kathleen deveria ser libertada, ele não mudou de ideia. Craig até se recusou a fornecer amostras de DNA para a defesa.

Foto destaque: Kathleen no julgamento. Reprodução/Joel Carrett/AAP Image via Terra

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