O preço elevado nos insumos vem preocupando os empresários brasileiros ligados ao ramo de construção civil. De acordo com informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 46,7% desses empresários mencionaram esse ponto no levantamento de Desempenho Econômico da Indústria da Construção Civil e Perspectivas, que foi divulgado hoje (25).
A inflação registrada para esse tipo de materiais e equipamentos chegou a alcançar os 51,21% entre janeiro de 2020 e março de 2022, de acordo com o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC). Esse percentual é o mais alto desde 2015.
As variações de preço mais exorbitantes que foram destacadas pela CBIC foram nos condutores elétricos, com 91,9%, tubos e conexões de PVC, com 91,8%, vergalhões e arames de aço ao carbono, com 81,5% e, por fim, o eletroduto de PVC, apresentando variação de 70,8%.
Condutor elétrico foi o insumo que apresentou maior variação no ramo de construção (Foto: Divulgação/ Gear Tech)
Esse aumento influenciou o Produto Interno Bruto (PIB) do setor, que apresentou um crescimento de 9,7% em 2021.
“A projeção para 2022 é de crescimento de 2,5%, mas isso se deve também à base de comparação com os 9,7% de 2021. O problema é que, se continuarmos crescendo 2,5% ao ano, só em 2033 atingiremos o nível de atividades observado em 2014. [Se mantermos esse indíce,] o setor vai trabalhar ainda por 11 anos abaixo do seu pico de atividades”, explicou a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.
Ela explicou, ainda, que essa variação do PIB na área de construção civil só surpreendeu em 2021 por conta das bases de comparação, uma vez que, em 2020, houve um recuo de 6,7%.
Foto Destaque: Vários setores que envolvem as atividades de construção civil poderão ser afetados. Reprodução/José Paulo Lacerda/Confederação Nacional da Indústria
