Mais de 27 milhões de argentinos estão vivendo na pobreza, segundo dados do relatório “Argentina século XXI: dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes, perspectivas e desafios”, publicado e divulgado pelo Observatório da Dívida Social Argentina.
Conforme o texto do relatório, o aumento da pobreza está diretamente relacionado à desvalorização da moeda promovida pelo governo em dezembro de 2023, que resultou em um aumento nos preços dos alimentos e das necessidades básicas. Isso ocorreu apesar dos aumentos nas aposentadorias, pensões e salários.
Ascensão da pobreza
Os dados mostram que a taxa, que se refere à extrema pobreza, foi estimada em 15% da população. O diretor do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina, Agustín Salvia, baseou essas descobertas em uma simulação estatística dos dados do terceiro trimestre de 2023.
Aumento na taxa de pobreza preocupa país (Foto: reprodução/Ricardo Pristupluk/La Nación/O Globo)
Salvia alertou que, se o programa do governo não funcionar, a Argentina estará entrando em uma crise, ao contrário de 2004, quando o país estava saindo de uma. Ele ressaltou que uma queda na inflação poderia trazer algum alívio rápido, mas sem isso, o país poderia estar enfrentando uma catástrofe social.
As famílias de classe média e baixa que não são beneficiárias de políticas sociais foram as mais afetadas no início de 2024. Para os beneficiários de auxílio estatal, a pobreza aumentou de 76,5% no terceiro trimestre de 2023 para 85,5% em janeiro de 2024, apesar dos planos de assistência. Por outro lado, a indigência entre os beneficiários de programas sociais diminuiu, graças ao aumento das transferências de políticas sociais, como o aumento do subsídio para crianças e do Cartão de Alimentação.
Resposta do governo
Em resposta a esses números alarmantes, o presidente Javier Milei expressou sua determinação em levar adiante a mudança pela qual o povo votou, apesar da destruição sem precedentes dos últimos 100 anos.
A situação na Argentina é um lembrete contundente das desigualdades crescentes e das dívidas sociais crônicas que muitos países enfrentam. A necessidade de soluções eficazes e sustentáveis é mais urgente do que nunca.
Foto Destaque: 27 milhões de argentinos enfrentam a pobreza em meio à desvalorização da moeda e ao aumento dos preços dos alimentos (Reprodução/Eitan Abramovich/AFP/O Globo)