Nesta terça-feira (27), um vídeo mostrando bolhas subindo para a superfície acima dos gasodutos que levam gás da Península Yamal, na Sibéria Ocidental, diretamente para a Alemanha, foi divulgado pelas forças armadas da Dinamarca. Três vazamentos atingiram a linha do Nord stream 1 e 2, que se localizam no Mar Báltico, mas nenhum dos sistemas estava em operação na descoberta do vazamento.
O caso pode aumentar a crise energética e os preços, já que dificulta a expectativa de que a Europa possa receber o gás russo até o inverno. A Europa ainda está investigando o vazamento e não descarta a possibilidade de uma sabotagem. Segundo a agência Reuters, Josep Borrell, chefe da União Europeia, afirmou que qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia é "totalmente inaceitável" e será recebida com uma resposta "robusta e unida".
Gráfico sobre do vazamento do gás. (Imagem:G1)
A maior economia da Europa, a Alemanha, tem sido alvo de uma guerra energética relacionada a dependência do gás, que tem influenciado nas decisões dos líderes mundiais. A produção do petróleo e exportação do gás natural faz com que a Rússia ganhe destaque nesse cenário, enquanto os países europeus estão em evidência como os maiores importadores dos combustíveis fósseis russos.
Quando a Casa Branca foi questionada sobre uma possível retaliação, foi cautelosa e reconheceu preocupação em relação à infraestrutura crítica dos aliados da Otan: "Não quero me antecipar à investigação", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, de acordo com informações fornecidas pela Reuters.
Um ano antes de suspender completamente os fluxos do gás para a Europa, a Rússia já havia diminuído esse fornecimento, com o motivo de que as sanções ocidentais estariam causando dificuldades técnicas. Alguns políticos europeus dizem que essa foi apenas uma desculpa para deixar de fornecer o gás. O Banco Central da Alemanha estimava em Abril que a interrupção total poderia significar cinco pontos percentuais na perda de produção econômica.
Foto de capa: reprodução CNN.