Nesta sexta-feira (29), faz um ano que o melhor atleta se foi. Sete mil admiradores percorreram o mausoléu de Pelé, no cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos (SP), durante este ano. Desde a abertura ao público em maio, o local continua a emocionar visitantes de segunda a sexta-feira, mantendo viva a memória do Soberano do Futebol, mesmo após doze meses de seu falecimento
Memória viva
Em 29 de dezembro de 2022, Pelé nos deixou, sucumbindo a complicações relacionadas ao câncer de colón. O ícone do futebol foi homenageado na Vila Belmiro e repousa agora em um mausoléu. Edson Arantes do Nascimento, se vivo, celebraria 83 anos hoje, teve a visita média de 30 pessoas por dia em seu memorial.
Esses números de peregrinação podem parecer modestos em comparação com a grandiosidade de sua biografia, mesmo diante das multidões que o testemunharam realizando feitos mágicos em campo. Por exemplo, em 21 de junho de 1970, 107 mil pessoas assistiram ao Brasil de Pelé derrotar a Itália no estádio Azteca, na Cidade do México, conquistando assim o tricampeonato, na final da Copa do Mundo.
Edinho mostra estátua do pai no Mausoléu do Pelé (Foto: reprodução/Guilherme Dionísio/ESTADÃO CONTEÚDO/cnn)
Apesar da atenção global, críticas persistiram sobre a mobilização insuficiente dos brasileiros para as últimas homenagens a Pelé. O velório de 24 horas, entre 2 e 3 de janeiro, teve notáveis ausências de jogadores das seleções campeãs do mundo, enquanto o presidente da FIFA desejava que uma arena por país levasse o nome do Monarca.
Detalhes
O Mausoléu do Monarca adotou um esquema especial de visitação neste mês, completando um ano desde a última despedida de Pelé. Até o final do mês, o Memorial permanece aberto diariamente, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Pelé escolheu o local em vida. Em julho de 2003, aos 62 anos, adquiriu lóculos (espaços onde o caixão é colocado) para a família no nono andar, em homenagem ao número da camisa que seu pai usava quando era jogador.
No entanto, Pelé foi sepultado em uma área especial, no primeiro andar do prédio, para facilitar o acesso à visitação. Logo à entrada, duas estátuas do Monarca convidam as pessoas a ingressar. As paredes exibem imagens de adeptos na Vila, enquanto o solo é revestido por grama sintética.
As camisas da seleção, do Santos e do Cosmos, as três que o Soberano vestiu em sua trajetória, ocupam os quatro extremos da sala. No centro, a sepultura do Atleta do Século, adornada com detalhes em ouro, e acima, no teto, uma representação celestial perfeitamente alinhada.
Foi assim que Edson Arantes do Nascimento escolheu ser homenageado. Ele personalizou cada aspecto da sala, que não ultrapassa os 200 m², mas transporta a todos para o derradeiro ato do Monarca.
Foto destaque: duas estátuas folheadas a ouro recepcionarão os visitantes no Mausoléu de Pelé (reprodução/Thiago D'Almeida/g1 Santos)
