Neste sábado (15), o vice-procurador-geral do Irã, Ali Jamadi, declarou que irá processar pessoas que encorajem mulheres a retirar o véu hijab, que faz parte da vestimenta obrigatória do país. Sendo julgado no tribunal criminal e sem direito a apelação.
A divulgação veio após uma onda de protestos contra o uso do hijab. Várias mulheres desafiaram o regulamento e foram vistas em locais públicos sem o traje obrigatório. Segundo a polícia iraniana, câmeras de vigilância estão sendo instaladas pelo país para penalizar quem não cumprir as regras do Irã.
“A punição pelo crime de promover e incentivar outros a remover o hijab é muito mais pesada do que o crime de remover o próprio hijab, porque é um dos claros exemplos de incentivo à corrupção”, Disse o vice-procurador-geral em entrevista à semi-oficial Mehr
As manifestações estão ocorrendo desde de setembro do ano passado, após a morte de Mahsa Amini, 22, que foi apreendida por está com seu hijab “mau ajustado na cabeça” mostrando mechas do seu cabelo. Ela acabou em coma, mas faleceu dias depois. Em nota, as autoridades informaram que a jovem estava doente, mas de acordo com a família, ela foi espancada pelos policiais.
Protestos no Irã com cartazes de Mahsa Amini/Gettyimages/Uol/Reprodução
Os protestos estão acontecendo em cerca de 46 cidades do Irã. Mais de mil pessoas já foram presas segundo a mídia estatal. O caso refletiu em outros países, em que diversas celebridades ao redor do mundo estão protestando em suas redes sociais, como as atrizes francesas Juliette Binoche e Marion Cotillard. Além disso, no Irã, mulheres também estão compartilhando fotos sem o uso do véu em protesto.
O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, chegou a culpar outros países como Estados Unidos e Israel de incentivar os protestos contra as regras rígidas do país.
A lei iraniana proíbe que mulheres mostrem os seus cabelos em espaços públicos sendo coberto pelo hijab, um véu da doutrina islâmica. Além de usar vestimentos mais largos para cobrir o corpo.
Foto destaque: Mulher de hijab/Reprodução Freepik