O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, entregou seu cargo nesta terça-feira (8 de abril) após ser alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeitas de desvio de recursos de emendas parlamentares. Ao deixar o governo federal, Juscelino reassumirá sua posição como deputado federal.
Entenda o caso
A Polícia Federal finalizou, em junho de 2024, uma investigação que indica um possível envolvimento de Juscelino Filho no desvio de recursos de emendas parlamentares. O político está sendo investigado sob suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação.
Conforme a acusação da PGR, Juscelino teria participado do desvio de R$ 835,8 mil em trabalhos de construção realizados em Vitorino Freire, no estado do Maranhão, município onde a prefeita é Luanna Rezende, irmã do então ministro.
Com a exoneração de Juscelino do Ministério das Comunicações, espera-se que o partido União Brasil apresente outra indicação para preservar sua participação no governo Lula.
Em comunicado oficial, Juscelino Filho informou que sua decisão de deixar o governo se deu por consideração à gestão do presidente Lula e ao povo brasileiro. Ele afirmou que necessita dedicar-se integralmente à sua defesa, expressando convicção de que a verdade prevalecerá e que as acusações contra ele são infundadas, depositando sua confiança nas instituições do país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para comprovar sua inocência e garantir que a justiça seja feita.
A investigação da Polícia Federal (PF), finalizada em junho de 2024, indica um possível envolvimento de Juscelino nos delitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação.
Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá determinar se aceita ou não a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Juscelino Filho.
Em sua nota, o ex-ministro Juscelino Filho também manifestou seu agradecimento a toda a sua equipe, ao presidente Lula, ao seu partido União Brasil e especialmente à população do Maranhão, que o elegeu para representá-la na vida pública. Ele concluiu expressando seu grande orgulho em ser maranhense e em ter tido a oportunidade de contribuir com seu estado e com o país.
Após denúncia da PGR, ministro Juscelino Filho decide pedir demissão (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)
Reforma ministerial
Juscelino Filho tomou posse como Ministro das Comunicações em dezembro de 2022, visando integrar o partido União Brasil à base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e assegurar a governabilidade do presidente. Os membros do União Brasil na Câmara dos Deputados manifestaram seu apoio ao agora ex-ministro das Comunicações e ressaltaram o trabalho que ele desempenhou enquanto esteve à frente do ministério.
Após a saída de Juscelino Filho, o portal Metrópoles noticiou que o União Brasil está avaliando outra indicação para assegurar sua participação no alto escalão do governo Lula.
O comunicado da renúncia de Juscelino foi feito à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, durante uma reunião que contou com a presença dela, do presidente do União Brasil, Antônio Rueda; do presidente do Senado, Davi Alcolumbre; do líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA) e do ministro do Turismo, Celso Sabino.
Juscelino declarou que sua saída do primeiro escalão pretende evitar maiores "constrangimentos" ao presidente Lula, que já enfrenta desafios para mudar um quadro de baixa popularidade. Segundo informações apuradas pelo Metrópoles, o líder do União Brasil na Câmara dos Deputados deve ser o indicado para ocupar a posição deixada por Juscelino Filho no governo Lula.
Foto Destaque: Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pediu demissão do cargo após ser denunciado pela PGR por desvio de emendas parlamentares (Reprodução/Instagram/@juscelinofilho)