No Fantástico deste domingo (24), revela ação da polícia que descobriu quadrilha liderada por adolescente de 14 anos, um grupo que estava em poder de mais de 20 milhões de logins e senhas de sites oficias do governo, como da Justiça, do exército e das principais polícias brasileiras para fins de comercialização.
Descoberta inesperada
A ação policial inicial era para prender um adolescente de 17 anos, na cidade paulista de Bady Bassitt, que estava logado no sistema da Polícia Civil de São Paulo do próprio computador, em casa, e havia alimentado o sistema com um boletim de ocorrência contendo informações falsas. O momento da chegada da polícia foi gravado por outro jovem, Lucas Barbas, de 18 anos, conhecido como Fusaao - que mais tarde foi descoberto ser outro integrante da quadrilha -, com quem o adolescente conversava no momento, e postado em uma rede social em seguida.
Lucas Barbas. (Foto: reprodução/TV Globo)
Fusaao que, de acordo o delegado Antônio Honório do Nascimento, fez alterações no sistema para ser declarado como morto e, desta forma, não aparecesse sua ficha criminal, foi preso quatro dias depois.
As investigações que recorreram levaram a descoberta de um grupo, ao qual os dois jovens faziam parte, que se conheceram através de uma comunidade de jogos do Discord, aplicativo pelo qual também se comunicavam. O grupo tinha integrantes também de Jaciara (MT), Blumenau (SC) e Curitiba (PR).
Somente após 32 dias de investigação da ação, que foi denominada Operação Lotter - Fraudador Digital -, foi que a polícia conseguiu identificar o adolescente de 14 anos, integrante do Paraná, que foi apontado como o líder do grupo. Em depoimento, o jovem curitibano afirmou ser responsável pela criação do programa de computador que condeia a quadrilha o acesso a qualquer site privado ou público.
O líder tinha em seu poder mais de 20 milhões de logins e senhas dos mais diversos sites oficiais do governo. O valor de comercialização dos acessos variava de R$ 200 até R$ 1.000, segundo o delegado Adriano Pitoscia.
Resultados
Os cinco hackers adolescentes detidos em junho pela operação já foram liberados. Porém, nesta semana passada, o primeiro adolescente a ser preso, de 17 anos, voltou a ser detido e está desde então na Fundação Casa. A defesa de Lucas Barbas, Fusaao, alega que o jovem é inocente. Quanto ao restante do grupo, não foi revelado mais informações.
Segundo Evandro Pelarin, juiz de direito da Infância e Juventude, consultado pelo Fantástico, a obrigação de vigiar a conduta dos adolescente é dos pais e, uma vez que não ocorra, ou esta seja negligenciada, a responsabilização recai sobre os progenitores ou responsáveis legais, sendo uma das penas previstas, multa que vai de 3 a 20 salários mínimos.
Foto Destaque: Hacker. Reprodução/Freekip