Após outro pedido de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), feito pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a tensão com a Rússia está mais longe do que nunca de ter um fim. Isto porque o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, declarou que caso o país rival seja admitido na Otan, uma possível Terceira Guerra Mundial estaria próxima.
“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial. Aparentemente, é com isso que eles estão contando para criar ruído informativo e chamar a atenção para si mesmos mais uma vez”, disse Venediktov, em entrevista à agência de notícias estatal TASS.
O membro do Conselho de Segurança russo voltou a ameaçar todas as outras nações que pretendem ajudar a Ucrânia, alegando que, automaticamente, acabam virando “uma parte direta do conflito”.
Alexander Venediktov. (Foto: Divulgação/Tass).
Volodymyr Zelensky realizou um pedido surpresa de adesão de maneira imediata à Otan no dia 30 de setembro. A ação foi para rebater o presidente russo Vladimir Putin, que participou de uma cerimônia que comemorou a conquista de quatro regiões ucranianas, que foram anexadas pela Rússia de maneira temporária.
Putin, por outro lado, não se mostra arrependido por nenhuma de suas ações. Nesta sexta-feira (14), o russo respondeu uma pergunta que o indagava se possuía qualquer remorso em relação a suas atitudes neste conflito, dizendo um simples "não".
Em coletiva em Astana, capital do Cazaquistão, o político revelou que não fazia parte de seus planos a destruição da Ucrânia.
Por outro lado, Valerii Zaluzhnyi, comandante das Forças Armadas da Ucrânia, disse que seu exército não pretende recuar, e que lutarão até o último segundo:
“Em batalhas ferozes, sob a chuva de aço das granadas russas, mantivemos cada pedaço de nossa terra. Paramos o ataque inimigo e enterramos o mito sobre a invencibilidade do exército russo. E, agora, estamos recuperando o nosso. Ninguém e nada vai nos parar”, declarou.
Vladimir Putin ainda afirmou que não deve fazer novas mobilizações de soldados russos que fazem parte da reserva, e os levarem ao país vizinho.
Vale lembrar que há um mês, Putin anunciou uma mobilização que convocava oficiais e soldados da reserva do exército russo, para aumentar suas forças, visto que estavam sofrendo diversas derrotas para os ucranianos.
Mais de 22 mil dos 300 mil russos já tiveram seus destinos traçados e foram convocados a servirem o país.
Foto destaque: Homem observa casa queimada em Severodonetsk, região de Donbass. Reprodução: Fadel Senna/ AFP