Mundo Pet

Maior atenção aos pets nesse verão

Conselhos de veterinários e especialistas sobre o que fazer para evitar os perigos das altas temperaturas da estação mais quente do ano para os animais domésticos.

27 Jan 2022 - 09h17 | Atualizado em 27 Jan 2022 - 09h17
Maior atenção aos pets nesse verão Lorena Bueri

Estamos enfrentando as semanas mais quentes do ano, até agora, segundo os termômetros. Nos últimos dias até cidades do sul do país passaram por temperaturas próximas à 40ºC. E, assim como nós, os pets também sofrem com essa onda de calor.

No verão, com o excesso de sol e temperaturas elevadas, podem surgir diversos problemas, até mesmo graves, à saúde dos animais, como, por exemplo, a temperatura corporal aumenta e dificulta a termorregulação, ou pode surgir dermatite, ou até câncer de pele e outros. Por isso, é muito necessário aumentar a atenção e os cuidados com os bichos nessa época. Vale lembrar que a temperatura corporal dos animais domésticos é ligeiramente mais alta que a nossa, a temperatura ideal para eles gira em torno de 20 a 25 graus Celsius.

De acordo com o médico-veterinário e ex-diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), Claudio Rossi, à Revista Casa e Jardim, deve-se redobrar a atenção nestes momentos, uma vez que, além de altas temperaturas, há também uma ampla variação da umidade do ar no verão – com dias muito quentes e secos e outros muito úmidos.

"Essas condições podem favorecer o risco de desidratação, elevação da temperatura corporal, pela exposição excessiva ao calor, além de queimaduras de pele e mucosas, e até predispor a ocorrência de doenças autoimunes", explicou o especialista.

Em atividades de rotina, que são indispensáveis, uma das maneiras mais eficientes de proteger os pets é evitar exposição solar excessiva, optando por horários de passeio com temperaturas mais baixas. Os horários ideais, aconselhados por especialistas, são no período da manhã, antes das 10h e, no fim da tarde, após as 17h – o que também serve para evitar queimaduras nas patas dos bichos, já que alguns especialistas não recomendam o uso de sapatinhos para algumas espécies.


Não é recomendado usar sapatinhos na hora de passear com o pet, basta escolher um horário mais fresco (Foto: Reprodução/ Flickr/ JiKang Lee/ CreativeCommons)


Os pets com menos pelos, albinos ou de pelagem mais clara (em tonalidades de branco ou bege) precisam de ainda mais atenção, pois, estes são mais suscetíveis a contraírem queimaduras ou câncer de pele através da exposição à luz solar intensa e aos raios ultravioletas.

A médica-veterinária e especialista em dermatologia, Márcia Sonoda, explicou a C.J. que as partes do corpo com maior possibilidade de serem acometidas por esta condição são o focinho, a área ao redor dos olhos, a ponta das orelhas e a região da barriga. E que estas partes merecem um cuidado maior por serem regiões com menos pelos.

A especialista também indica o uso de protetor solar, mas reconhece a dificuldade que há em manter o bicho com o produto em algumas partes do corpo, como é o caso da região periocular, em que o animal pode passar a pata e acabar levando o protetor ao olho, o que não é bom, segundo a doutora. E também na região do focinho porque o animal pode lamber o produto.

Também é comum no verão a alta na incidência de pulgas, carrapatos e outros parasitas que podem causar o desenvolvimento da Dermatite Alérgica à Picada de Ectoparasitas (DAPE). Essa dermatite ocorre quando o parasita libera substâncias alergênicas que causam coceiras intensas gerando lesões na pele.

Um cuidado que se pode ter nesse caso, é utilizar produtos e remédios que impedem a infestação de parasitas, sempre com a indicação de um veterinário, e verificar após os passeios se há algum parasita ou pulga no animal.

Uma curiosidade é que a regulação térmica dos cachorros é diferente da dos humanos, já que eles não suam, pois não apresentam glândulas sudoríparas no corpo (com exceção dos coxins). Ao invés disso, trocam calor pela respiração.

Portanto, quando se trata de raças braquicefálicas – de focinho achatado –, como boxer, lhasa apso, pug, shih-tzu, pequinês, shar-pei e buldogue inglês e francês, é necessário uma atenção especial. Pois, como explica o doutor Claudio Rossi, “os cães de focinho mais curto podem apresentar aumento na frequência de respiração pela menor capacidade respiratória, com possibilidade de evoluir para falta de ar, tendo como consequência o aumento exacerbado da temperatura corpórea”. Este excesso de calor corporal pode levar à falência renal, hepática e até mesmo à morte.

Um erro muito comum entre donos de pets é pensar que é necessário tosar os bichos em época de calor. Mas a verdade, segundo os especialistas da área, é que isso é opicional. Não é uma regra e também depende da raça do animal. A doutora Sonoda diz que não é recomendada a tosa de raças como o chow-chow, o spitz, o malamute-do-alasca e o husky siberiano, por exemplo.  Pois isto pode gerar uma alteração no crescimento do pelo, chamada alopecia após a tosa. E esclareceu que, neste caso, pode-se entrar com medicamentos para fazer o pelo crescer mais depressa. Além disso, mesmo os cães mais peludos podem se adaptar a um clima ou ambiente mais quente. A doutora acrescenta ainda, que não aconselha a tosa na máquina zero, porque a lâmina pode causar dermatites no bicho.

Sobretudo, garantir um ambiente adequado, de sombra, com boa ventilação; manter os pets bem hidratados e refrescados, lembrando e trocar a água deles com frequência, são alguns cuidados gerais e essenciais para o bem-estar e a saúde dos amigos de estimação.

 

 

 

Foto Destaque: No verão é preciso ter cuidado para que a interação do calor e do sol com os animais não seja maléfica. Reprodução/Unplash/CreativeCommons/Anthony Duran.

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