A empresa dinamarquesa Vestas está analisando realizar uma ampliação de sua fábrica que fica em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza/CE, isso devido ao grande debate sobre energias renováveis, após ter início a produção de hidrogênio verde (H2V) no Complexo do Pecém (Clipp S/A).
FIEC Summit 2023 abordou sobre Hidrogênio Verde e energias renováveis (Foto: reprodução/FIEC)
Vestas é considerada uma das maiores em produção de turbinas eólicas mundial, mas, por enquanto, os planos da empresa são apenas para ampliar a fábrica existente e não abrir uma nova, como explica Leonardo Euler de Morais, vice-presidente da Vestas para assuntos internacionais e governamentais na América Latina, durante sua participação na Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde:
“Não estamos falando de uma nova fábrica, mas não significa dizer que não estamos estudando novos investimentos em um parque fabril onde estamos. Estamos estudando, mas ainda não temos uma decisão definitiva a respeito disso, a gente segue sem dúvida acreditando nesse potencial, caso contrário não estaríamos estudando."
Governo do stado do Ceará x eólicas offshore
Há dois anos uma equipe de representantes do Governo do Estado do Ceará visitou a Dinamarca para, com isso, avaliar a performance das turbinas instaladas em alto-mar, conhecidas como eólicas offshore. A possibilidade de uma nova fábrica no Ceará estava em debate desde a visita do Governo estadual, porém, para Leonardo, a previsão é que os investimentos com eólica offshore se intensificará somente na próxima década:
“Digo isso porque em um projeto onshore, enquanto você fecha com o seu cliente, você vai entregar 18, 24 meses depois. No projeto offshore, a gente está falando de cinco anos em média. Então, dado que tem todas essas etapas do arcabouço legal e depois todo o procedimento relacionado através de um leilão, a cessão do direito de uso do bem público, a gente entende que esses projetos estarão operando na próxima década apenas. O que a gente entende é que offshore é muito diferente de onshore em termos tanto de escala e também de complexidade.”
O vice-presidente, ainda durante sua participação no Fiec Summit, falou da importância do Porto do Pecém, já que se “tem feito esforços importantes para atrair não só os fabricantes de turbinas eólicas, mas também fornecedores da cadeia de valor. Dialogamos recorrentemente com as autoridades, entendemos que o Estado tem colocado essa questão da transição energética de maneira mais ampla no centro das suas políticas públicas.”
Hidrogênio verde
O hidrogênio verde é um combustível sustentável produzido por meio da eletrólise da água, onde é utilizada energia elétrica de fontes renováveis. Ele é eficiente, 100% sustentável e não emite CO2. No Ceará, a energia eólica offshore está impulsionando a produção de hidrogênio verde.
A Fortescue Future Industries assinou um pré-contrato com o governo do Ceará para avançar no projeto da usina de hidrogênio verde do Porto de Payson, segundo a agência EPBR. Além disso, dos 78 projetos para os quais o Ibama solicitou licenças, 23 estão localizados no litoral do estado do Ceará, com capacidade total de geração de 58 GW, segundo a Secretaria de Infraestrutura do governo do estado do Ceará (Seinfra).
“Dadas as condições de vento da nossa região, batimetria do nosso litoral, podemos assegurar que a nossa eólica é a mais barata do mundo o que traduz todo interesse manifesto pelas empresas e, por consequência, quanto ao hidrogênio ver mais competitivo do mundo”, comenta o secretário da Seinfra, Adão Linhares.
Isso sugere que o Ceará pode se tornar um dos maiores responsáveis por liderar as mudanças na matriz energética do Brasil por meio do hidrogênio verde.
Foto Destaque: Vestas pensa em ampliação de sua fábrica de turbas eólicas no Ceará (Reprodução/Shutterstock/Diário do Nordeste)