Stephen Miran, presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, disse nesta segunda-feira (7) que existe por parte do presidente Trump, uma inclinação à flexibilização das tarifas recíprocas para os países que se mostrarem dispostos a negociar com os Estados Unidos. Ele incentivou este tipo de atitude por parte dos países que quiserem escapar das taxas.
Motivos para incentivo dos EUA às negociações
Miran disse, ainda, que acredita que "uma série de política dos EUA incluindo desregulamentação, deve manter a inflação sob controle". A menção à desregulamentação como um fator para manter o controle da inflação parece ter sido usada como ferramenta para:
1 - pintar um quadro da economia estadunidense em busca de maior eficiência e menor inflação;
2 - oferecer uma perspectiva de um futuro comercial mais benéfico através da negociação, dando um contraste ao impacto negativo das tarifas recíprocas;
3 - sinalizar que os EUA estão adotando políticas para beneficiar os parceiros comerciais a longo prazo.
Stephen Miran em audiência de confirmação perante o Comitê de Bancos, Habitação e Assuntos Urbanos do Senado, em Washington, DC (Foto:Reprodução/ Al Drago/Bloomberg/ Getty Images Embed)
Tarifas recíprocas: o que são?
Segundo Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de insights de mercados RSM, em entrevista à CNN: "Se você olhar para a fórmula que a Casa Branca apresentou para como eles estabeleceram os novos níveis tarifários, eles não tinham nada a ver com barreiras não tarifárias. Pareceu-me um esforço improvisado para punir países por terem grandes superávits comerciais com os Estados Unidos."
Essas tarifas, conhecidas como tarifas recíprocas, foram impostas pelo presidente Trump sobre importações de bens de consumo provenientes de outros países. Elas se baseiam nas taxas que esses mesmos países aplicam a produtos importados dos Estados Unidos. A lógica por trás dessa medida é que os EUA deveriam responder às tarifas impostas a eles com outras equivalentes, ou, em alguns casos, seguir uma fórmula específica baseada no déficit comercial.
O objetivo declarado dessa estratégia política era criar um sistema de comércio mais "equilibrado" em que nenhum país se beneficiaria das taxas de importação mais alta sobre os produtos americanos do que os EUA cobram em troca. Trump argumentou que esta era uma forma de pressionar outros países a reduzir suas tarifas sobre os produtos dos EUA.
Foto destaque: Stephen Miran discursa durante uma entrevista na televisão Bloomberg em Washington D.C. (Reprodução/ Stefani Reynolds/Bloomberg/ Getty Images Embed)