Em dezembro do ano passado, a NASA e a Lockheed Martin, uma empresa sediada na Califórnia, e que trabalha com o governo dos EUA no desenvolvimento de aeronaves, divulgaram avanços na construção de um de seus modelos de avião supersônico e informaram que o projeto provavelmente estaria pronto para realizar voos comerciais locais em 2025.
A NASA está explorando a ideia de um avião supersônico comercial que poderia, teoricamente, voar de Nova York a Londres até “quatro vezes mais rápido” do que os aviões atuais.
“É importante inovar com responsabilidade para podermos devolver benefícios aos viajantes e não causar danos ao meio ambiente”, disse Mary Jo Long-Davis, gerente do projeto de tecnologia hipersônica da NASA, em comunicado.
Com a divulgação, uma corrida para lançar aeronaves supersônicas para voos comerciais cresceu, e as startups do setor de aviação buscam fabricar projetos capazes de voar cada vez mais rápido.
O último voo supersônico comercial ocorreu há quase 20 anos e, mesmo assim, os voos super-rápidos ocorreram apenas em rotas muito limitadas. O supersônico Concorde, um esforço conjunto dos governos britânico e francês, fez seu último voo depois de quase 30 anos no ar, devido a uma combinação de custos estratosféricos e preocupações de segurança após um acidente mortal em 2000.
Uma ilustração de uma aeronave hipersônica da Hermeus (Foto: divulgação/Hermeus)
Startup Hermeus
A missão desta startup aeroespacial, uma empresa americana sediada em Atlanta, nos Estados Unidos, é aumentar a velocidade do transporte aéreo através do desenvolvimento de veículos que possam voar “acima de Mach 5 – mais de 3.000 milhas por hora [4.800 km/h]. Em Mach 5, o tempo de voo de Nova York para Londres será reduzido de 7 horas para 90 minutos”, disseram funcionários da Hermeus em um comunicado.
A ideia é conectar as cidades do mundo “significativamente mais rápido do que nunca”, o que o CEO da Hermeus, AJ Piplica, comparou à era da banda larga nas transmissões de dados.
Segundo informações da Forbes, o CEO da Hermeus pretende testar a tecnologia supersônica às custas do Pentágono, devido os desafios de negócios, aproveitando a urgência de Washington para alcançar a Rússia e a China no lançamento de modelos manobráveis. A empresa, recentemente, apresentou seus dois novos drones supersônicos: o Quarterhorse e o Darkhorse. O Quarterhorse “serve como um banco de testes reutilizável para submeter materiais e equipamentos a condições de alta velocidade”. Já o Darkhorse está planejado para ser usado como veículo de vigilância e ataque de longo alcance. Com os testes dos drones, a empresa poderá encontrar soluções para as incógnitas técnicas do voo de alta velocidade.
Velocidade Mach
A maioria dos aviões atuais voa mais lentamente do que há 20 ou 30 anos, para economizar combustível. Os maiores aviões de passageiros de hoje viajam a cerca de 80% da velocidade do som, segundo a NASA.
Com o projeto de aviões supersônicos, a agência espacial disse que o jato viajaria teoricamente entre velocidades de Mach 2 e Mach 4 – entre duas e quatro vezes a velocidade do som. Mach 1 é aproximadamente a velocidade do som viajando pela atmosfera da Terra. O termo “Mach” refere-se à relação entre um objeto e a velocidade do som no meio em que ele se move. Quanto maior for o número de Mach, maior é a velocidade que um avião pode atingir.
Com informações da Forbes, G1 e CBS News.
Foto destaque: ilustração de uma aeronave hipersônica da Hermeus. Divulgação/Hermeus.