A seca no Brasil entre os anos de 2023 e 2024 é a mais intensa da história recente. Isso é o que apontou relatório do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). As alterações climáticas têm impactado cada vez mais a vida no planeta, particularmente, na produção de alimentos. E isso tem refletido diretamente no bolso do cidadão.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de alimentos irá diminuir e os preços irão aumentar. Os alimentos que sofrerão maior impacto serão a laranja e a banana. Maior parte da produção nacional de laranja está concentrada em São Paulo e no Triângulo Mineiro, regiões fortemente afetadas pela estiagem e pelas queimadas. A banana já sofreu um aumento considerável nos preços nesse ano, por razão da irregularidade das chuvas no país.
“Os preços, assim, devem continuar elevados pelo menos até início de novembro, quando tradicionalmente entra no mercado a nova safra de nanica advinda do Vale do Ribeira, norte catarinense e norte mineiro, além da banana-prata em dezembro originária de Minas Gerais e Bahia, principalmente”, destacou o Diretor-Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Isoppo Porto.
Chuvas no sul impactam nos preços de proteínas
O excesso de chuvas no sul do país causado pelo fenômeno da La Niña podem impactar nos preços das proteínas suínas e de frango. Isso porque cerca de 70% da produção nacional dos alimentos ocorre na região que tem sofrido com chuvas acima da média. Contudo, proteínas produzidas em outras partes do país mais impactadas com a seca, sofrerão aumentos mais significativos de preços.
“Pensando em leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto no preço deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente em regiões como o Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas”, destacou a Conab.
Uma das frutas mais consumidas no Brasil, a banana está entre os alimentos mais impactados com o aumento dos preços (Foto: reprodução/Instants/ Getty Images Embed)
Grãos sofrerão menores consequências
Os grãos trigo, milho, arroz e soja não sofrerão aumento imediato nos preços por razão da seca, uma vez que a colheita dos produtos no Brasil já havia ocorrido. Até o momento, a estiagem atingiu em menor intensidade as lavouras. Segundo a Conab, as regiões acometidas pela intensa seca terão produções de grãos estabilizadas e não deverão sentir maior impacto, não afetando os preços.
Foto Destaque: Mulher comprando frutas no supermercado (Reprodução: Fade Trade/ Getty Images Embed)