Apesar de popularizar o estudo e popularização do metaverso, a partir da mudança de seu nome, o “antigo” Facebook, agora Meta, tem visto nos últimos dias seus papéis despencarem na bolsa. A desvalorização do valor de mercado da companhia tem apresentado seus piores resultados em sua história. Em um único dia, especificamente, na última quinta-feira (3), as ações da Meta baixaram 26,39%.
Estima-se que a perda alcançou a marca dos US$ 237,6 bilhões, ou seja, R$ 1,26 tri. Para a bolsa americana, em Wall Street, na sua história, esse foi o maior prejuízo registrado em um único dia. Superando o anterior que era da Apple que na época, 03/09/2021, apresentou perda de US$ 182 bi. Só no ano passado, o prejuízo da Meta alcançou mais de US$ 10,1 bilhões. Em 2020, US$ 6,6 bi e, em 2019, US$ 4,5 bilhões. Registrando assim, dados crescentes de perdas na área.
Muito dos investimentos da companhia tem sido, em parte, para o trabalho e desenvolvimento de novas criações do metaverso e os maus resultados têm refletido nesse processo. Para os analistas da XP Investimentos Vinícius Araújo, Jennie Li e Rafael Nobre, “Apesar dos milhões que estão sendo gastos em NFTs, ainda é cedo para imaginar uma substituição de itens físicos, como automóveis e casas por suas versões digitais. Tal mudança envolveria uma transformação cultural de longo-prazo”.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta. (Foto: Reprodução/OGloboTecnologia)
A análise sugere alguns desafios para a fundamentação do metaverso na sociedade e seus costumes. Até porque, segundo os estudos, os conteúdos digitais já existentes seguem em evolução constante, a proposta do metaverso deverá oferecer uma experiência muito mais sólida e necessária que as atuais propostas de mídia e e-commerce. “A nova tecnologia necessitará de investimentos massivos em uma infraestrutura capaz de oferecer um ambiente de transações, logística de entrega de produtos físicos, bem como desenvolver novas formas de publicidade direcionada”, disseram os analistas.
Ainda segundo os analistas, outro fator que pode impactar e trazer possível dificuldade e atraso ao metaverso é o fator privacidade, “O metaverso será capaz de armazenar ainda mais dados sobre as pessoas, que podem resistir a compartilhar mais informações digitais do que já permitem. Neste sentido, também é difícil imaginar que órgãos reguladores sejam mais permissivos do que vimos nos últimos anos”.
CEO da Meta Mark Zuckerberg se vendo no metaverso da Meta (Foto: Reprodução/Programadores Brasil)
Os resultados da Meta influenciaram e fortaleceram a ideia do metaverso e suas propostas. Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, “Na prática, e mesmo abrindo mão dos lucros em prol de investir nessa nova indústria, a Meta sinaliza que está, de fato, levando a sério a dinâmica de apostar em novos tipos de interações baseadas em realidade aumentada e virtual. Vale reforçar que, diante das quedas desta quinta-feira, (3), não significa que a empresa enfraqueceu em relação à capacidade de gerar caixa. O longo prazo vai dizer se foi uma decisão acertada, mas eu reforço que a empresa sinaliza seu empenho para ser protagonista do metaverso”.
Com a mudança do nome Facebook para Meta e bilhões aplicado ao projeto metaverso, o CEO Mark Zuckerberg, revelou alguns destaques e justificou dizendo que, “Somos uma companhia que desenvolve tecnologia para conectar e, juntos, podemos colocar as pessoas no centro dessa tecnologia e desbloquear uma economia de criadores mundo afora... Neste momento, Meta está ligada a um produto em especial, que é nossa aposta no metaverso, mas, aos poucos, esperamos ser vistos como uma empresa com foco em várias soluções desse universo”.
CEO Mark Zuckerberg. (Foto: Reprodução/BBCNewsBrasil)
No início deste ano, antes das bruscas quedas nos papéis da companhia, foi anunciado que a Meta investiria na computação quântica através de um supercomputador de inteligência artificial. Este se tornará “o mais rápido do mundo quando concluído ainda neste ano”, é o que sugere. Para a Meta, seu supercomputador terá um papel fundamental no desenvolvimento e ampliação de novas tecnologias podendo aprender com diversos exemplos, ser executado em idiomas variados com a análise de textos, vídeos e imagens que auxiliarão nas restrições em casos de conteúdos prejudiciais.
(Foto destaque: Nova marca da companhia em destaque, Meta. Reprodução/Olhar Digital)