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Paul Krugman critica união monetária entre Brasil e Argentina

O economista Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel, acredita que a implementação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina é uma “ideia terrível”.

31 Jan 2023 - 13h24 | Atualizado em 31 Jan 2023 - 13h24
Paul Krugman critica união monetária entre Brasil e Argentina  Lorena Bueri

No último domingo (29), o economista vencedor do prêmio Nobel, Paul Krugman, utilizou suas redes sociais para criticar a união monetária entre Brasil e Argentina. Segundo ele, a implementação de uma moeda comum entre os países é uma “ideia terrível”.

Não sei quem teve essa ideia, mas certamente não foi alguém que soubesse alguma coisa sobre economia monetária internacional. Uma moeda compartilhada pode fazer sentido entre economias que são os principais parceiros comerciais um do outro e são semelhantes o suficiente para que não enfrentem grandes choques assimétricos”, escreveu Krugman em seu Twitter.

O economista destaca ainda que a estrutura de exportações dos dois países é muito distinta. As exportações do Brasil destinadas à Argentina são de 4,2%, enquanto as da Argentina para o Brasil correspondem a 15%. Segundo ele, “as exportações argentinas são basicamente todas agrícolas. Mais da metade das brasileiras são manufaturas ou combustíveis. Então choques na economia mundial provavelmente causariam grandes mudanças na taxa de câmbio real de equilíbrio”.


Paul Krugman critica união monetária entre Brasil e Argentina. (Foto: Reprodução/Twitter)


Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Alberto Fernández, da Argentina, afirmaram recentemente que estão avançando os estudos acerca de uma união monetária entre os países. A nova moeda seria voltada exclusivamente para fins comerciais, portanto, tanto o peso quanto o real continuariam circulando e existindo.

A moeda comum, então, seria utilizada em câmaras de compensação para realizar pagamentos comerciais entre Brasil e Argentina, o que reduziria, em partes, a dependência do dólar.

Brasil e Argentina já tentaram conversar sobre a união monetária em outros momentos. No final dos anos 80, o assunto ficou esquecido devido à dificuldade de implementação e em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou planos para unificar a moeda, porém, nunca se concretizou. A equipe econômica do atual governo acredita que a nova moeda, voltada para fins comerciais, poderá ajudar o país a recuperar negócios e acordos com a Argentina.

Foto Destaque: Dinheiro. Reprodução/Stefan Schweihofer/Pixabay

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