Buscando aumentar seu portfólio de produtos financeiros, a plataforma que intermedia pagamentos de cartões de créditos e bancos, Mercado Pago, informou recentemente que, para o mês de abril, está previsto o lançamento de um CDB (Certificado de Depósito Bancário). Assim, de forma estratégia, alinhando a serviços já lançados anteriormente, como de criptomoedas e benefícios corporativos, a fintech passaria a se apresentar como uma plataforma de investimentos.
O lançamento não será público. Apenas 1% do total de seus clientes serão acionados para experimentar o serviço como uma forma de teste. A previsão está confirmada para meados de abril, e o teste deverá ser feito na própria plataforma utilizando o aplicativo do Mercado Pago. A previsão é que, um mês após lançamento do teste, o produto e serviço será disponibilizado para os mais de 30 milhões de usuários da companhia.
Responsável por representar a multinacional aqui no Brasil, Túlio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago no Brasil, declarou em entrevista na última quinta-feira (24) que, “Queremos complementar nossos serviços oferecendo uma plataforma de investimentos acessível para a nossa base, que tem um perfil conservador e exige produtos mais simples. ”
Carteira digital do Mercado Pago informando rentabilidade. (Foto: Reprodução/CanalTech)
Ao oferecer CDBs, a fintech complementa seu negócio no setor financeiro que já conta com serviços essenciais para uma instituição financeira digital, tais como: abertura de conta grátis e sem taxas, remuneração a 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), além de oferecer cartão de crédito e opções de empréstimos.
Ao que tudo indica, os primeiros usuários serão investidores inexperientes que iniciam no mundo dos investimentos. Segundo Ignácio Estivariz, em entrevista à Forbes, responsável pela carteira digital, a estratégia e foco em estimular a educação financeira, “Queremos estimular nossos clientes a guardarem dinheiro com rendimentos maiores que os da poupança”.
Em vista que o foco são os inexperientes, a fintech lançará uma cartela reduzida de ofertas, dentre as quais contarão com produtos para o curto e médio prazo, neste caso, o vencimento não passará de três anos, com rendimento superior ao índice do CDI. Ignácio complementa dizendo que, “Começamos por um ativo mais simples e de baixo risco, característico da renda fixa, para ajudar quem nunca investiu”.
Entretanto, não se limitarão aos iniciantes. A fintech tem a expectativa de que com a nova oferta, mais investidores se interessarão, inclusive, os mais experientes quem possuem convívio maior com a plataforma. Tendo em vista que, outros produtos serão lançados ao decorrer do ano, incluindo ativos de risco mais elevado, diversificando ao máximo os produtos de acordo aos perfis de investidores.
Usuário apresentando logo do Mercado Pago. (Foto: Reprodução/MoneyTimes)
Para Túlio Oliveira, “O perfil da empresa sempre foi desenvolvedor”, dessa forma, já há movimentos para estabelecer parceiros estratégicos, um deles é Órama, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresa digital que oferta produtos de investimentos. Entretanto, o Mercado Pago visa desenvolver sua própria plataforma.
Para o cenário da fintech, sua base de cliente conta com um perfil bem variado de usuários, que apresentam comportamentos e usabilidade diferentes da plataforma. Há aqueles que são vendedores do Mercado Livre, empresa argentina que opera mercados online, aqueles que não possuem contas em instituições financeiras, e demais, que foram atraídos pelas fortes tendências tecnológicas e inovadoras, como exemplo, a possibilidade de negociar moedas digitais.
Sobre as moedas digitais, no ano passado, o Mercado Pago incluiu em seu módulo de negociação, a forma de compra e venda de criptomoedas, além da custódia dos mesmos. Entre as moedas incluem-se, Bitcoin, Ethereum e Páx dólar. Para investir, tanto em CDBs quanto em criptomoedas, o usuário precisa desembolsar apenas R$ 1,00. Desde o lançamento, a plataforma identificou mais de 1 milhão de utilização dos serviços.
A empresa se dedica a ampliar seu portfólio de criptoativos, em especial as moedas digitais e, por possuir uma carteira com mais de R$ 4,5 milhões, o Mercado Pago, planeja não mais depender do Mercado Livre para captação de recursos e entrada no mundo das instituições financeiras digitais. Para Oliveira, “O bom de ter dois mundos é que um alimenta o outro ..., mas enquanto o e-commerce representa apenas de 10% a 11% do varejo, o mercado financeiro oferece voos mais altos”.
(Foto destaque: Logo do Mercado Pago. Reprodução/1Bilhão)
