Na última sexta-feira, dia 10, as Lojas Americanas comunicaram que não vão efetuar o pagamento das parcelas de aluguel das lojas físicas que estavam atrasadas antes do pedido de recuperação judicial que foi feito em 19 de janeiro. A dívida é de 11,6 milhões com os shoppings centers.
Na notificação a empresa explica que o pagamento implicaria em favorecimento de credores. No mesmo comunicado, as Americanas avisam que efetuará o pagamento do aluguel das lojas calculados a partir de 20 de janeiro.
Segundo o processo que a BR Malls e a Previ abriram contra a varejista, as Lojas Americanas estão devendo três meses de aluguel. O pedido de recuperação judicial impede que os donos de shoppings centers consigam decretar o despejo.
Economias (Reprodução/ Pixabay)
Mesmo nesta situação existe doze pedidos de despejo contra as Americanas. A empresa alega que as lojas físicas são essenciais por representar grande parte de seu faturamento.
As Lojas Americanas tem dívidas de aluguel com pelo menos cem shoppings centers. A varejista também conseguiu liminar impedindo o corte de energia e internet nas lojas. A Americanas diz confiar que os pedidos de despejo serão negados.
O advogado Gabriel Britto Silva não tem a mesma confiança. Em entrevista a O Globo ele afirma: “O que o juiz da recuperação judicial permitiu foi um salvo conduto a Americanas quanto a manter-se em débito com todos os locadores, boa parte de shopping centers, sem poder sofrer qualquer revés. Mas isso gera insegurança em todo mercado imobiliário do país, pois, caso a decisão seja mantida pela Justiça, vai se abrir uma brecha para toda empresa em dificuldade financeira, ao ter um pedido de recuperação deferido, poder se manter em débito com a parte locadora”.
A dívida total da varejista é de 20 bilhões. Esse valor equivale a 150% do valor das Lojas Americanas no mercado.
Foto Destaque: Fachada Lojas Americanas. Reprodução/ Pinterest