Foi registrado no primeiro semestre a menor captação líquida dos fundos de investimentos brasileiros em oito anos. Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) confirmam que a diferença entre aportes e resgates totalizou em R$8 bilhões entre os meses de janeiro e junho deste ano.
Comparando com o saldo registrado no mesmo período do ano passado, o resultado é 97% inferior. Em 2021 receberam o montante recorde de R$272,5 bilhões. A captação líquida só perde para a do primeiro semestre de 2014, onde foi registrado R$4,6 bilhões e em 2022 onde o saldo ficou negativo, R$23 bilhões.
Para a coletiva de imprensa, Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, afirma que o prejuízo é reflexo do aumento da taxa Selic no país.
“Os juros altos aumentam a atratividade de produtos isentos de imposto de renda, como alguns títulos de renda fixa. Ao longo deste ano estamos vendo uma saída relevante das classes de ações e multimercados” - disse Pedro Rudge.
Taxas montárias (Reprodução/Pixabay)
Os aportes que obtiveram saldo positivo da captação líquida dos fundos são dos fundos de renda fixa e dos FIDCs. A renda fixa registrou um saldo R $88,8 bilhões (25,1% maior se comparado ao mesmo período do ano passado). Já os FIDCs somam R $31,6 bilhões no primeiro semestre, (houve uma queda de 51,5% se comparado ao mesmo período do ano passado) os responsáveis pela maior parte do resultado são as classes agro, indústria e comércio.
Os resgates registraram nos fundos multimercados um saldo negativo de R $61,8 bilhões (ano passado teve um ganho de 89,9 bilhões). Enquanto os fundos de ações obtiveram um saldo negativo de R $49,5 bilhões (ano passado o ganho foi de R $3,8 bilhões). Os prejuízos são resultados da queda dos papéis de companhias negociadas na Bolsa de valores oficial do Brasil.
Por causa do cenário de inflação e aperto dos juros, as bolsas de valores internacionais não tiveram desempenhos muito diferentes da brasileira. Os EUA recuaram 20,6% no primeiro semestre deste ano, segundo o S & P 500. O número de cotas de fundos internacionais e o patrimônio líquido não conseguiram superar o do ano anterior, tendo uma queda de 35,2% e 42,6% respectivamente.
Foto Destaque: Dinheiro. Reprodução/Pixabay