O ano de 2024 mal começou e as projeções econômicas para os próximos 365 dias permanecem incertas. Os conflitos geopolíticos recentes, os modelos de financiamento e a crescente avassaladora da inteligência artificial abalaram as condições monetárias e, com isso, a situação mundial fica “precária”, assim como aponta uma pesquisa de Davos divulgada nesta segunda-feira (15).
A pesquisa
O estudo do Fórum Econômico Mundial no resort suíço de Davos ocorre anualmente e reúne mais de 60 economistas-chefes dos setores público e privado distribuídos pelo mundo. A partir desse encontro, busca-se traçar o futuro econômico adotando as prioridades para as autoridades de política monetária e líderes empresariais.
Após o encontro, uma média de 56% participantes declararam para a Forbes esperar um enfraquecimento nas condições econômicas para os próximos 365 dias. Apesar do tom pessimista, houve uma notória divergência mediante ao regionalismo, uma vez que há um aumento monetário moderado ou expressivo previsto para a China e para os Estados Unidos.
Quem também foi contemplado com uma perspectiva positiva foram países no Sul da Ásia e no Leste Asiático e Pacífico, em que se espera ao menos um crescimento monetário moderado. Já o continente europeu não foi agraciado com previsões financeiras benéficas para 2024.
Guerras e IA tomam conta das discussões de Davos (Foto: teprodução/Arnd Wiegmann/AFP/Carta Capital)
Motivo do pessimismo
Uma das justificativas para a condição limitante para a economia é o fato de que as taxas de juros tendem a atingir o pico máximo esse ano. Entretanto, cerca de 70% dos entrevistados disseram que a condição tende a suavizar conforme haja uma redução nos índices inflacionários e a dificuldade no mercado de trabalho afrouxar.
Outro ponto que apresenta uma crescente e fragiliza a confissão monetária é a inteligência artificial. Embora 94% esperam que a IA aumente substancialmente a produtividade nas economias de alta renda ao longo dos próximos cinco anos, apenas 53% previram a mesma condição benéfica para os índices de baixa renda.
“A retomada do crescimento global será essencial para enfrentar os principais desafios, mas o crescimento por si só não é suficiente”, comenta a diretora executiva do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, para a Forbes, o que completa o estudo do Fórum que concluiu que de 107 economias a maioria das nações avança de modo não sustentáveis nem socialmente inclusivas.
Brasil
Quem representou o Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos foram os Ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Nísia Trindade (Saúde), o assessor de assuntos internacionais, Celso Amorim, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Outro assunto discutido no evento são as mudanças climáticas e a Amazônia sempre chama a atenção como fonte de investimento em energia renovável.
Foto destaque: presidente Lula não participou do evento (Reprodução/Fórum Econômico Mundial/IstoÉ Dinheiro)