O bilionário Elon Musk está planejando um ataque público ao Twitter; a última vez que a plataforma se deparou com uma “invasão” de um investidor inesperado foi em março de 2020, quando a Elliott Management, uma empresa de investimentos ativistas, anunciou que havia comprado cerca de 4% das ações do Twitter. Ela adquire participações em empresas públicas e depois defende mudanças, esperando que isso aumente o valor do investimento. O investimento causou um grande impacto inicial na mídia, provocando diversas reuniões e debates entre a empresa e a administração do Twitter que acabou em um acordo de paz.
Depois do acordo, finalmente o Twitter e Elliott concordaram em aumentar as metas de crescimento de usuários e receita; anos depois, ambos chegaram ao acordo de juntos comprarem o TikTok, mas sem sucesso. Com as ações do Twitter subindo 175% em relação ao investimento inicial da Elliott, ela devolveu seu lugar no conselho em abril de 2021.
No mês passado, quando Musk chegou com essa “ameaça”, o Twitter tentou a mesma abordagem. Parag Agrawal, o CEO da plataforma, ofereceu a Musk um espaço no conselho, mas ele recusou publicamente no Twitter após pedir a opinião de seus 81 milhões de seguidores. Alguns dias depois, ele anunciou que não queria apenas ter parte do Twitter e sim comprar tudo.
Além de recusar a proposta, Musk ainda foi ao Twitter divulgar mensagens de texto que havia enviado ao presidente Bret Taylor; além disso, em menos de uma semana, ele usou um palco do TED Talks para rotular os reguladores da SEC que precisariam aprovar sua aquisição como “bastardos”, atacou o conselho do Twitter no Twitter, recirculou um meme pró-Musk originalmente publicado pelo capitalista de risco Marc Andreessen e fez referência criptográfica à música de Elvis Presley “Love Me Tender”. (Uma oferta por uma empresa é, formalmente, uma “tender offer”, termo em inglês).
Conta de Elon Musk no Twitter. (Divulgação/UOL)
“Um ativista inteligente pode aproveitar o poder das mídias sociais e outras formas de distribuição para se conectar além dos métodos tradicionais”, diz Connor Haley, fundador da empresa ativista Alta Fox Capital. Ele não agiu à Musk em sua última campanha contra a Hasbro, mas reconheceu como a internet e as mídias sociais lhe dão uma capacidade íntima de alcançar os acionistas e clientes da empresa, reforçando suas propostas para o negócio, que incluem a cisão de sua unidade de cartões comerciais. “Acho que você verá cada vez mais ativistas seguirem esse caminho se realmente quiserem impulsionar a criação de valor a longo prazo.”
Musk, que adquiriu uma participação de 9,2% no Twitter no início de 2022, propõe pagar US$ 43 bilhões pela empresa, um valor de 38% de prêmio em relação ao nível do preço da ação quando ele anunciou suas intenções na última semana.
Foto destaque: Elon Musk e Twitter. (Divulgação/marketwatch)
