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Edemar Cid Ferreira falece aos 80 anos com trajetória marcada por falência e prisões

Aos 80 anos, falece o criador do Banco Santos que residia nos últimos anos em um apartamento alugado após ser despejado de sua célebre mansão no Morumbi; fontes apontam infarto como a possível causa

15 Jan 2024 - 08h43 | Atualizado em 15 Jan 2024 - 08h43
Edemar Cid Ferreira falece aos 80 anos com trajetória marcada por falência e prisões Lorena Bueri

No sábado (13), faleceu aos 80 anos o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, criador do Banco Santos, cuja falência foi decretada em 2005. O renomado empresário e colecionador de artes, outrora um dos homens mais ricos do Brasil, enfrentou prisões em duas ocasiões. Nos últimos anos, residia em um apartamento alugado após ser despejado de sua célebre mansão no Morumbi.

Fontes divulgadas pelo Estadão mostravam que Edemar Cid Ferreira teria sido vítima de um infarto, ocorrido na tarde do mesmo sábado. Ao longo das duas últimas décadas, Edemar ganhou destaque na mídia brasileira após a liquidação do Banco Santos, enfrentando acusações de crimes financeiros, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Mudança radical e vida de aluguel

Conforme reportado pelo Estadão em maio de 2023, o ex-banqueiro passou seus últimos anos em um apartamento alugado, aproximadamente com 300 metros quadrados, na capital paulista. Na época, Edemar Cid Ferreira mencionou levar uma vida "espartana", não possuindo mais bens em seu nome e dependendo do apoio financeiro de seus três filhos. 

A mudança para o apartamento ocorreu em 2011, após ser despejado de sua antiga mansão no Morumbi, que abrangia uma área construída de 4,5 mil metros quadrados e foi projetada por Ruy Ohtake, incluindo características como duas piscinas, uma coberta e outra ao ar livre, uma adega para cinco mil garrafas de vinho, e duas bibliotecas.

Desde 2020, a propriedade pertence ao empresário Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional, adquirida em leilão por R$ 27,5 milhões. Em maio de 2023, foi revelado que o novo proprietário contratou um escritório de arquitetura para explorar a viabilidade de desenvolver um empreendimento de casas de luxo no local.


Casa de Edemar Cid Ferreira

Piscina dentro da mansão que fazia parte de seu patrimônio. (Foto/Reprodução/Moacyr Lopes Junior/Folhapress/Folha de São Paulo)


Falência do Banco Santos e colecionador de artes

A intervenção financeira no Banco Santos foi decretada em 2004 pelo Banco Central, levando ao afastamento de Edemar Cid Ferreira do controle da instituição. O déficit de R$ 2,1 bilhões nas finanças do banco resultou na liquidação da instituição pelo Banco Central, que na época era o 21º maior banco do país. Além disso, foram identificados indícios de crime contra o sistema financeiro.

A falência do Banco Santos foi oficializada em 2005, coincidindo com o bloqueio dos bens de Edemar Cid Ferreira e outros ex-diretores da instituição. O ex-controlador do banco enfrentou duas prisões, sendo a mais longa em 2006, quando permaneceu detido por três meses no presídio de segurança máxima de Tremembé, no interior de São Paulo.

Durante seu período de encarceramento, ele afirmou ao Estadão em 2023 que encarou a situação com tranquilidade, confiante de que a verdade seria revelada e ele seria libertado. Em 2015, a Justiça Federal anulou a fase de interrogatórios e a sentença relacionada à gestão fraudulenta no Banco Santos também foi anulada. Os desembargadores determinaram a reexecução da fase de interrogatórios.

No mesmo ano, a Justiça de São Paulo ordenou o leilão da sua mansão com um preço mínimo de R$ 116,5 milhões, sendo que a propriedade foi arrematada apenas em 2020 por R$ 27,5 milhões.

Além de ser o presidente do Banco Santos, era reconhecido por sua notável coleção de arte, considerada uma das maiores da América Latina, incluindo obras de artistas como Jean-Michel Basquiat, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Após os escândalos financeiros, suas obras foram leiloadas para angariar recursos para a massa falida do banco. Em setembro de 2020, ele tentou cancelar parte do leilão, argumentando que certas séries de fotografias clássicas não deveriam ser desmembradas para preservar o valor conjunto. Até outubro do mesmo ano, o montante arrecadado com a venda de obras de arte alcançava R$ 151 milhões.

 

Foto destaque: Ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira (Reprodução/IstoÉ Dinheiro)

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