Após a eleição que consagrou Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6), efeitos na economia já são perceptíveis. O maior deles é a alta do dólar, proporcionado pela alta dos juros futuros. Eles indicam a expectativa do mercado diante da taxa básica de juros do país, que deve se manter alta com Trump. Vale ressaltar que ela é definida pelo Federal Reserve, Banco Central dos EUA.
As “treasuries”, rendimento aliado a taxa de juros, são considerados o produto mais seguro do mundo para se investir. Consequentemente, investidores estrangeiros colocam dinheiro nos Estados Unidos e valorizam a moeda por tabela. Nos últimos quatro meses, o rendimento das treasuries atingiu máxima justamente no dia da eleição de Trump, com 4,47%.
Propostas de Trump
A alta nos juros é resultado do que Trump já disse que pretende fazer quando assumir a presidência. Aumento nas tarifas de importação para proteger o mercado interno. Principalmente quando se trata de produtos chineses.
"Já havia um impacto da percepção do risco de vitória do Trump, com a expectativa de que ele possa colocar tarifas de importação. Exportadores de commodities, como o Brasil, também podem ser afetados”, disse Luciano Costa (via G1), economista-chefe da Monte Bravo Corretora.
A atitude de manter os juros altos busca controlar justamente a inflação, que pode subir devido à alta das tarifas. Ainda assim, é possível que o preço dos produtos consiga se manter estável graças a uma redução de impostos para empresas. O que também gera aumento nos juros futuros, já que a capacidade de governo em cobrir o pagamento da dívida é questionada.
Bitcoin atingiu máxima histórica com eleição de Trump (Foto: reprodução/MichaelWuensch/Pixabay)
Queda do Real e alta do Bitcoin
"O real já era uma das moedas que mais acumulava perda dentre os emergentes nos últimos dias em função de questões domésticas, logo, o espaço para desvalorização foi bem menor do que outros casos, como o peso mexicano e o chileno", aponta Matheus Pizzani (via G1), economista da CM Capital.
No Brasil, a desvalorização do real frente ao dólar já acontece há algum tempo. Dentre outros fatores, é consequência dos gastos elevados do governo, que ocasionam déficit público. Existe desconfiança do mercado com o país, que possui contas altíssimas. Sem sinalização algumas de cortes, o dólar deve continuar subindo. Combinado a isso, ontem (6), o Copom voltou a subir a taxa Selic, que agora é de 11,25%.
Por outro lado, a principal criptomoeda do mundo bateu recorde com a eleição de Trump. O Bitcoin US$ 74 mil e atingiu seu maior patamar na história. O futuro presidente é defensor da moeda e promete medidas para impulsioná-la ainda mais.
"Se a criptografia vai definir o futuro, quero que seja extraída, cunhada e fabricada nos Estados Unidos", disse Trump em campanha.
Ainda assim, o republicano não era apoiador do Bitcoin em seu primeiro governo. A mudança de postura passa pela compra de criptomoedas pelo mesmo de acordo com especialistas.
Foto Destaque: Dólar deve seguir valorização após eleição de Trump (Reprodução/QuinceCreative/Pixabay)